Ibovespa opera em queda e dólar cai a R$ 5,36 com reunião do Fed no radar

Risco de aumento na tensão entre Brasil e EUA após a condenação de Jair Bolsonaro e expectativa de início do ciclo de relaxamento monetário americano na próxima semana influenciam ativos locais

Por

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) opera em queda nesta sexta-feira (12).

Às 11h10, no horário de Brasília, o principal índice dos mercados brasileiros recuava 0,14%, aos 142.943,70. O dólar, por sua vez, caía 0,45%, cotado a R$ 5,36.

O movimento do índice indica uma correção após ter alcançado um novo recorde nominal ao superar o patamar de 143.000 pontos.

Leia também: Bolsonaro é condenado a 27 anos e três meses de prisão em caso histórico para o Brasil

Os investidores acompanham o desdobramento do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na véspera, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condená-lo por tentativa de golpe de Estado e outras quatro acusações de crime.

Investidores aguardam por uma eventual escalada nas tensões entre Brasil e EUA. Ontem, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio disse, em uma publicação no X, que os americanos iriam responder “de forma adequada a essa caça às bruxas” após a condenação de Bolsonaro pelo STF.

No cenário externo, os índices operavam em correção, após terem atingido forte alta na véspera em reação à divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de agosto nos EUA, que ficou dentro das expectativas de analistas do mercado.

O núcleo do CPI, que exclui as categorias frequentemente voláteis de alimentos e energia, avançou 0,3% em agosto, segundo dados do Bureau of Labor Statistics divulgados na quinta-feira.

A avaliação preliminar é de que o dado sustenta a expectativa de corte de juros na próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), marcada para os próximos dias 16 e 17. Apesar do movimento, os investidores começaram a avaliar se haveria ‘um teto’ para a alta observada nos últimos dias.

“Com os retornos em dinheiro prestes a cair ainda mais à medida que o Fed retoma os cortes de juros, vemos uma necessidade crescente de direcionar o excesso de caixa para ativos de maior rendimento”, disse Mark Haefele, do UBS Global Wealth Management à Bloomberg News.

“Fazer a transição gradual para portfólios diversificados ao longo do tempo também pode ajudar a administrar o risco de um mau timing, reduzir a influência da emoção e oferecer mais oportunidades para se beneficiar de quedas e recuperações do mercado.”

-- Com informações de Bloomberg News.

Leia também

Liquidez e como construir empresas para durar: o desafio de fundadores no Brasil