Ibovespa recua com bancos, varejistas e cautela externa antes de ata do Fomc

Na reta final da temporada de balanços, números trimestrais da Nvidia também serão observados de perto e podem ditar o rumo dos mercados

Sessão também era de alta para o dólar, cotado a R$ 5,15
22 de Maio, 2024 | 10:33 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) amplia as perdas da sessão anterior nesta quarta-feira (22), em um dia de cautela nos mercados globais à espera da ata da última reunião de política monetária nos Estados Unidos e na reta final da safra de balanços do primeiro trimestre.

Por volta das 10h30 (horário de Brasília), o índice recuava 0,52%, negociado aos 126.753 pontos. Contribuíam para o desempenho negativo a queda de ações de grandes bancos e de varejistas. Já o dólar subia 0,49%, aos R$ 5,15.

As atenções recaem hoje sobre a ata do Fomc, nos EUA, que pode oferecer mais pistas sobre a visão dos formuladores de políticas monetárias.

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Ontem, Christopher Waller, membro do conselho do Federal Reserve, disse que os dados mostraram até agora apenas um progresso modesto em direção à meta de inflação de 2%.

Segundo ele, o banco central americano precisa ver “mais alguns meses” de bons dados de inflação para iniciar os cortes nas taxas de juros, embora os números recentes sugiram que o progresso provavelmente foi retomado.

Ontem à noite, outros dois membros do Fed – Susan Collins e Loretta Mester – reforçaram a mensagem de manutenção de juros elevados nos EUA por mais tempo.

Os traders reduziram as expectativas para cortes nos juros do Fed este ano, vendo atualmente cerca de 40 pontos-base de cortes em 2024, ante 50 pontos-base na semana passada.

Ainda no exterior, destaque para o balanço da fabricante de chips Nvidia, que lidera o frenesi em torno da inteligência artificial, após o fechamento do pregão. A projeção de analistas de Wall Street é por um aumento de 243% na receita, mas uma alta de 90% nas ações no acumulado do ano significa que ela pode ter dificuldades para corresponder às altas expectativas.

No cenário corporativo doméstico, a Americanas (AMER3) aprovou em assembleia geral extraordinária (AGE) um novo aumento de capital de até R$ 40,7 bilhões. O aumento é parte do acordo de recuperação judicial da varejista, entregue em março do ano passado.

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.