Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão em queda, influenciado por temores com o mercado de crédito nos Estados Unidos que derrubaram as ações em Nova York.
Em uma semana marcada pela volatilidade, o principal índice da bolsa brasileira caiu 0,28%, fechando aos 142.200 pontos. O volume de negociação foi de R$ 14,26 bilhões.
O dólar comercial também recuou e encerrou cotado a R$ 5,45, com baixa de 0,20%, em um dia de desvalorização frente a outras moedas internacionais.
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Entre os ativos, a Vale (VALE3) caiu 0,92% e foi a maior contribuição negativa em volume. A Petrobras também teve perdas, com as ações preferenciais recuando 1,01% e as ordinárias, 0,79%.
Os bancos tiveram resultados mistos. Enquanto o Bradesco (BBDC4) subiu 1,15% e o Banco do Brasil (BBAS3) avançou 0,25%, o BTG Pactual (BPAC11) caiu 3,50% e o Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 0,24%.
As ações do Magazine Luiz (MGLU3) caíram 7,97% e lideraram entre as maiores perdas da sessão, seguidas de Braskem (BRKM5), com queda de 6,67%, e Cosan (CSAN3), que recuou 4,52%.
Na outra ponta, a WEG (WEGE3) subiu 2,70% e liderou as altas. A empresa divulga os resultados financeiros do terceiro trimestre na semana que vem, dia 22.
Exterior
Nos Estados Unidos, empréstimos problemáticos em dois bancos regionais aumentaram as preocupações entre investidores sobre a qualidade do crédito na economia, o que fez as ações recuarem.
Depois de uma alta inicial impulsionada por mais uma projeção sólida de demanda por inteligência artificial, o S&P 500 virou para o negativo quando dois bancos regionais revelaram problemas com empréstimos envolvidos em alegações de fraude, alimentando o temor de que mais fissuras estejam surgindo na capacidade de pagamento dos tomadores de empréstimo.
As ações do Zions Bancorp caíram 13% após o banco registrar uma baixa contábil de US$ 50 milhões relacionada a um empréstimo concedido por sua subsidiária integral, a California Bank & Trust, em San Diego. Já o Western Alliance Bancorp desabou 11% ao informar que também havia feito empréstimos aos mesmos clientes.
A nova onda de volatilidade bancária ocorreu num momento em que a quebra da financiadora de automóveis subprime Tricolor Holdings atingiu o JPMorgan Chase no terceiro trimestre, resultando em uma baixa contábil de US$ 170 milhões que elevou as provisões para perdas com crédito do banco — e levou o presidente-executivo Jamie Dimon a emitir um alerta.
As turbulências no setor bancário agitaram os mercados menos de uma semana após a retomada da guerra comercial e em meio à incerteza provocada pela escassez de dados econômicos durante a paralisação do governo dos EUA.
O S&P 500 recuou 0,6%. Um ETF de bancos regionais amplamente acompanhado caiu mais de 6%. As ações da Oracle dispararam após a empresa divulgar suas projeções de margem para projetos de infraestrutura em inteligência artificial.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos caíram abaixo de 4%, enquanto os papéis de dois anos atingiram o menor nível desde 2022. O ouro renovou sua máxima histórica.
-- Com informações da Bloomberg News
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