Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta quinta-feira (9), pressionado pelas ações da Petrobras (PETR3; PETR4) e por preocupações com o cenário fiscal. O movimento de aversão ao risco nos mercados internacionais também penalizou a bolsa neste pregão.
O principal índice da B3 caiu 0,31%, aos 141.708 pontos. O dólar, por sua vez, acompanhou a dinâmica global de valorização da moeda e subiu a R$ 5,38.
A maior pressão negativa veio da Petrobras, cujas ações preferenciais caíram 1,44%, em um dia de recuo do petróleo.
A commodity recuou 1,74% no mercado internacional após Israel e Hamas firmarem a primeira fase do acordo de paz para libertar reféns em Gaza. O acerto, mediado por Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia, prevê a libertação dos reféns em Gaza e a retirada gradual das tropas israelenses.
Investidores avaliaram ainda os planos da Petrobras, anunciados na véspera, em retomar a produção de fertilizantes. A estatal também se prepara para ter embarcações de apoio próprias, por meio de sua subsidiária Transpetro.
Leia mais: Petrobras vai retomar produção de fertilizantes e planeja investir em navios próprios
No cenário macroeconômico, as preocupações fiscais continuam no radar após a decisão do Congresso de retirar da pauta da votação a MP alternativa ao IOF, que era vista pelo governo como essencial para elevar receitas em ano eleitoral e equilibrar as contas públicas.
O Ministério da Fazenda agora avalia alternativas para lidar com o impacto sobre a arrecadação. O ministro Fernando Haddad disse que levará propostas ao presidente Lula, que decidirá sobre o rumo a ser tomado.
As incertezas ofuscaram o destaque positivo da manhã após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, que subiu 0,48% em relação ao mês anterior, abaixo da mediana das previsões de 0,52% de analistas consultados pela Bloomberg.
A aversão a risco no exterior também contribuiu para derrubar o Ibovespa. Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam em queda. O S&P 500 recuou 0,28% após alcançar novos recordes na véspera.
A preocupação é que a correção seja um sinal de que o mercado de ações está superaquecido.
O S&P 500 subiu 36% desde o ponto mais baixo de abril, que elevou o valuation das ações a níveis associados a períodos anteriores de exuberância.
Embora a euforia em torno da inteligência artificial tenha mantido a toada positiva para as ações, existem especulações sobre uma possível bolha de IA – ou ao menos alguma correção frente às fortes altas.
Leia também
Congresso barra MP alternativa ao IOF e amplia incertezas sobre metas fiscais de Lula
IPCA: preços sobem 0,48% em setembro, abaixo das estimativas do mercado