Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) renovou o recorde nominal nesta terça-feira (2), após a volta do aumento do apetite ao risco nos mercados com os investidores de olho nas eleições presidenciais de 2026.
O principal índice da B3 teve forte alta de 1,56% e fechou aos 161.092 pontos – superando a marca dos 161.000 pontos pela primeira vez. Já o dólar recuou 0,52%, cotado a R$ 5,33.
A bolsa já abriu em alta acompanhando o tom de recuperação do exterior, mas ganhou força com a divulgação de pesquisa da AtlasIntel realizada para a Bloomberg News.
Em uma simulação de segundo turno com o atual presidente Lula, Tarcísio de Freitas ganhou terreno e aparece apenas dois pontos percentuais atrás. O governador de São Paulo é um dos nomes mais desejados pelo mercado nas eleições presidenciais do próximo ano, embora tenha negado até agora que irá disputar a presidência.
A popularidade de Lula também perdeu força. Em novembro, o índice de aprovação do presidente caiu mais de dois pontos percentuais, ficando em torno de 49%. Em outubro, o apoio a Lula estava em pouco mais de 51%.
Melhora dos números de Tarcísio e piora de Lula em pesquisa refletem “o impacto da questão da segurança”, disse Ricardo Ribeiro, analista político da 4intelligence, à Bloomberg News.
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Entre as ações com maior peso no Ibovespa, o Itaú (ITUB4) foi a maior contribuição para a alta do índice, com ganho de 2,23%. Já a CVC (CVCB3) teve o maior avanço em variação, com alta de 6,63%.
Entre as 82 ações do Ibovespa, 75 fecharam em alta e apenas cinco caíram. A maior baixa foi da Tim (TIMS3), que recuou 0,74%.
No exterior, o dia foi de recuperação após a baixa da véspera, com investidores se preparando para a próxima decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que será tomada no próximo dia 10 de dezembro.
A expectativa é que o corte forneça o próximo fôlego de alta para a bolsa americana após um novembro volátil, em que houve migração para setores defensivos diante da preocupação com os valuations elevados em tecnologia e, especialmente, em inteligência artificial.
Embora as ações globais permaneçam perto de máximas históricas, a avaliação é de que as ações mais arriscadas do mercado já não atraem compradores como antes.
O próximo passo depende da decisão do Fed da próxima semana. Uma decepção representaria risco para as ações, embora a confiança em um corte siga elevada após dados de trabalho e inflação mais fracos, além uma série de comentários dovish de autoridades do Fed.
Segundo plataforma do CME Group, 87,4% dos investidores aguardam novo corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juro americana na próxima reunião, o que levaria os juros para o patamar entre 3,50% e 3,75% ao ano.
“As quedas [de ações] continuam oferecendo oportunidades atraentes de compra”, escreveu Michael Brown, estrategista sênior de pesquisa da Pepperstone.
“A narrativa por trás desse cenário otimista permanece convincente: crescimento sólido dos lucros, economia resiliente, tom mais calmo no comércio global e uma política monetária cada vez mais branda.”
O S&P500 avançou 0,25% nesta terça-feira, enquanto Nasdaq e Dow Jones tiveram altas respectivas de 0,59% e 0,39%.
-- Com informações da Bloomberg News.
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