Ibovespa fecha estável em sessão com queda de 2,2% do Banco do Brasil; dólar cai

Banco estatal acionou AGU alegando ser vítima de campanha coordenada de bolsonaristas para minar confiança na instituição nos EUA; Eduardo Bolsonaro disse que queixa só piora imagem do BB

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25 de Agosto, 2025 | 05:47 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou estável nesta segunda-feira (25), depois de passar a maior parte do dia estendendo os ganhos do último pregão, marcado por um rali nas bolsas globais na expectativa de um corte de juros nos Estados Unidos.

O principal índice da B3 subiu 0,04%, aos 138.713 pontos. Na última sexta-feira (22), o Ibovespa teve alta de 2,57% – seu maior ganho em um único pregão desde abril.

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Os ganhos do índice foram limitados pela queda de 2,20% nas ações do Banco do Brasil (BBAS3) após o banco se dizer vítima do que apontou como uma ação coordenada de bolsonaristas para minar a confiança na instituição.

Fechamento 25082025

Em denúncia apresentada à Advocacia Geral da União (AGU), o Banco do Brasil afirmou que o filho de Bolsonaro, Eduardo, e aliados estariam alegando nas redes sociais que o banco será banido do sistema global de pagamentos SWIFT, enquanto outros disseram que houve uma corrida bancária no Banco do Brasil Américas, banco controlado pelo BB no mercado norte-americano.

Em comunicado, Eduardo Bolsonaro disse que a denúncia “só irá piorar a imagem internacional da instituição”.

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O dólar, por sua vez, caiu novamente nesta segunda-feira depois de recuar quase 1% na sessão anterior. A moeda americana fechou a R$ 5,42, em queda de 0,19%.

O movimento de alta global das bolsas na última sexta-feira (12) veio após discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que sinalizou um possível corte de juros no radar da autoridade monetária dos EUA.

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Nas bolsas americanas, o otimismo deu lugar à cautela, e os principais índices devolveram os ganhos. O Dow Jones teve queda de 0,77%; o S&P 500 e o Nasdaq Composite tiveram baixas de 0,43% e 0,22%, respectivamente.

Investidores aguardam dados de inflação que possam corroborar a leitura de corte de juros. Na quinta-feira (28) será divulgado o índice de preços de consumo (PCE, na sigla em inglês) de julho, o indicador de inflação mais observado pelo Fed.

Há expectativa ainda com os resultados da Nvidia para o segundo trimestre, que serão apresentados na quarta-feira (27) após o fechamento do mercado.

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“O caminho à frente não é tão simples”, disse Daniel Murray, CEO da EFG Asset Management, à Bloomberg News.

“Embora uma política monetária mais flexível geralmente seja bem-vinda pelos mercados, o contexto também importa e ainda há uma incerteza significativa em relação aos ambientes macroeconômico e corporativo.”

No Brasil, a inflação também fica no radar com a divulgação do IPCA-15 de agosto, prévia da inflação oficial do país, que será divulgado nesta terça-feira (26).

-- Com informações da Bloomberg New.

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.