Ibovespa e real têm dia de recuperação, com tensão entre EUA e Brasil no radar

Temor sobre Lei Magnitsky segue entre as preocupações dos investidores e ações dos bancos voltam a cair em bloco, mas em menor intensidade do que na véspera

After Hours
20 de Agosto, 2025 | 06:15 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) teve um dia de recuperação após cair no pregão anterior e fechou em alta nesta quarta-feira (20), enquanto o dólar recuou.

O principal índice da B3 avançou 0,17%, aos 134.666. A moeda americana, por sua vez, caiu 0,48%, negociada a R$ 5,47 depois de avançar a R$ 5,50 na sessão anterior.

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Fechamento 20/08/2025

O movimento da véspera ocorreu depois de o governo dos Estados Unidos contestar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, de que normas jurídicas de outros países não teriam aplicação automática no Brasil.

Na prática, o despacho de Dino procura resguardar o ministro Alexandre de Moraes de possíveis impactos da Lei Magnitsky, que impede instituições privadas sujeitas à sua jurisdição de manter relações com indivíduos incluídos na lista de sanções.

Embora a tensão entre Estados Unidos e Brasil siga no radar dos investidores, abriu-se espaço para uma recuperação do Ibovespa e do real.

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No exterior, os principais índices americanos continuam pressionados pela queda das gigantes de tecnologia em Wall Street, à medida que investidores realizam lucros.

Dow Jones encerrou o pregão estável em leve alta de 0,02%, enquanto S&P500 e Nasdaq tiveram baixas, de 0,24% e 0,67%, respectivamente.

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Para Matt Maley, da Miller Tabak, o recente declínio no setor de tecnologia pode se tornar um contratempo. Ele diz que precisaríamos ver mais continuidade de queda antes de levantar qualquer “sinal de alerta amarelo”.

“Dito isso, a ‘rotação’ entre papéis só pode ocorrer se as ações de tecnologia se mantiverem [em alto patamar]”, disse Maley à Bloomberg News.

“Se caírem, a única ‘rotação’ que veremos será para dos gestores tirando o dinheiro de ações e colocando em caixa.”

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Os investidores reagiram ainda à divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que destacou que os riscos à inflação superaram as preocupações com o mercado de trabalho na última reunião de política monetária.

A expectativa agora é com o simpósio anual do Fed de Kansas em Jackson Hole, Wyoming. O evento começa na quinta-feira (21) e o presidente do Fed, Jerome Powell, irá discursar na sexta-feira (22).

A expectativa é de sinais sobre possíveis caminhos do Fed na decisão de política monetária de setembro.

-- Com informações da Bloomberg News

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.