Ibovespa cai 3,6% em semana marcada por tarifas de Trump; dólar sobe a R$ 5,55

No exterior, investidores reagiram ainda à série de tarifas impostas pelos EUA a outros parceiros comerciais; Canadá foi taxado em 35%

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11 de Julho, 2025 | 06:21 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) manteve a toada negativa nesta sexta-feira (11), com investidores ainda avaliando os impactos das tarifas do presidente americano, Donald Trump, que indicou impostos de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

O principal índice da B3 caiu 0,41%, aos 136.187 pontos. Na semana, o indicador fechou em baixa de 3,59%, sem seu pior resultado semanal desde dezembro de 2022.

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Já o dólar se fortaleceu em meio ao clima de incerteza, com investidores buscando proteção. A moeda americana chegou a ser negociada a R$ 5,59, mas perdeu força ao longo do dia e fechou a sessão em alta de 0,10%, a R$ 5,55.

Na semana, o dólar subiu 2,28%.

Fechamento 11/07/2025

Entre as ações, apenas 18 dos 84 papéis do Ibovespa fecharam o dia em alta. Na lanterna, Yduqs (YDUQ3) caiu 7,40%; BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) caíram 4,35% e 4,17%, respectivamente.

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A Petrorecôncavo (RECV3) liderou os ganhos, subindo 3,51%. Já as ações da Petrobras (PETR4), que tem grande participação no Ibovespa, seguraram a queda do índice. Os papéis da petroleira subiram 1,21% acompanhando a alta do petróleo no mercado internacional.

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No exterior, os principais índices de ações recuaram de olho na condução da política comercial americana, que teve diversos alvos esta semana além do Brasil. O S&P 500 recuou 0,33% e o Nasdaq 100 tem baixa de 0,22%.

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As tensões aumentaram após Trump passar a semana enviando mensagens a parceiros comerciais sobre novas tarifas que entrarão em vigor no próximo mês, caso não haja acordos mais favoráveis.

Cartas a membros da União Europeia devem ser enviadas em breve, após o presidente anunciar na quinta-feira (11) que aplicará uma tarifa de 35% sobre alguns produtos do Canadá.

As tarifas sobre o Brasil foram anunciadas na quarta-feira (9), em meio a críticas sobre o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, definido por Trump como “caça às bruxas”.

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“Os investidores estão sofrendo de uma ‘fadiga tarifária’”, disse David Chao, estrategista global de mercados da Invesco Asset Management, à Bloomberg News.

“Há uma sobrecarga de políticas, com atualizações constantes, adiamentos e novos anúncios que criam um ambiente confuso.”

-- Com informações da Bloomberg News.

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.