Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) alcançou um novo recorde nominal nesta sexta-feira (5) após a divulgação do payroll nos Estados Unidos e avançou na contramão das bolsas americanas, que inverteram o sinal ao longo do pregão e passaram a registrar perdas.
O principal índice da B3 subiu 1,17%, aos 142.640 pontos. Já o dólar comercial (USDBRL) recuou 0,63%, cotado a R$ 5,41.

Os movimentos de enfraquecimento do dólar e fortalecimento do Ibovespa ganharam força com a divulgação do payroll, relatório de empregos não agrícolas dos EUA e um dos principais indicadores avaliados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para condução da política monetária.
A economia americana criou 22.000 vagas de trabalho em agosto, número abaixo da mediana das estimativas compiladas pela Bloomberg, que apontava 75.000.
Em julho, foram criados 79.000 empregos, número revisado ante os 73.000 originalmente anunciados pelo BLS (Bureau of Labor Statistics).
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Os dados do payroll reforçam a percepção de perda de força do mercado de trabalho nos Estados Unidos e, por tabela, as apostas em corte de juros pelo Fed já a partir da próxima reunião, nos dias 16 e 17 deste mês.
A probabilidade de cortes na próxima reunião é de 100%, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group, contra 96,4% na véspera. A maior parte do mercado (84%) aposta em um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.) nas taxas, mas o payroll abriu espaço para avaliações mais ousadas, e 18% já esperam um corte mais forte de 0,5 p.p..
No entanto, no mercado americano o dado foi recebido também com preocupação.
Depois de atingir brevemente novas máximas históricas, o S&P 500 caiu em meio a preocupações de que o Fed esteja atrasado na prevenção do enfraquecimento do mercado de trabalho em um momento em que a inflação continua a mostrar sinais de estabilidade.
O S&P500 caiu 0,32%, o Dow Jones teve baixa de 0,48% e o Nasdaq ficou estável, em leve baixa de 0,03%.
-- Com informações da Bloomberg News.
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