Hartnett, do BofA, alerta para risco de bolha em ações com apostas em cortes do Fed

Alocação bilionária nos mercados de ações dos EUA levanta preocupações com excesso de otimismo que vai além dos fundamentos, segundo o estrategista do Bank of America

Michael Harnett
Por Julien Ponthus - Michael Msika
27 de Junho, 2025 | 09:13 AM

Bloomberg — O risco de uma bolha especulativa nas bolsas aumenta à medida que as expectativas de cortes nas taxas de juros dos EUA atraem fluxos massivos de investimento para as ações, de acordo com o estrategista Michael Hartnett, do Bank of America.

Com os EUA se aproximando de acordos comerciais com a China - como anunciado nesta quinta-feira (26) - e outros parceiros, as guerras tarifárias e a geopolítica se tornam menos preocupantes para os investidores.

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Em vez disso, investidores passam a precificar uma chance maior de cortes nas taxas do Federal Reserve e aguardar para saber se o projeto de lei tributária do presidente Donald Trump será aprovada no Congresso em julho.

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Uma “mudança de tarifas para cortes de impostos/cortes de taxas” poderia levar a um alto risco de bolha na segunda metade do ano e a um enfraquecimento ainda maior do dólar, escreveu a equipe de Hartnett do BofA em uma nota.

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Neste ano, US$ 164 bilhões já foram alocados nas ações dos EUA, o que representa a terceira maior entrada anual da história, segundo a nota da equipe de Hartnett, que citou dados da EPFR Global.

  (Fonte: Bloomberg)

O índice S&P 500 está prestes a atingir um novo recorde de alta, enquanto os rendimentos do Tesouro de 10 anos caíram mais de 30 pontos-base em relação às máximas de maio. Atualmente, os mercados de swaps projetam que o Fed corte as taxas quatro vezes nos próximos 12 meses.

A “melhor maneira de ganhar exposição é por meio de uma barra de ações ‘long US growth/long global value’”, acrescentou Hartnett, referindo-se a uma estratégia de investimento que busca um equilíbrio entre risco e recompensa.

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No entanto, na ausência de uma bolha na inteligência artificial, a aceleração do crescimento dos lucros é a “surpresa de alta mais plausível” para as ações dos EUA e globais na segunda metade do ano, acrescentou a equipe.

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