Bloomberg — Os preços do minério de ferro correm o risco de se distanciar da realidade do mercado físico, já que a especulação financeira tem sustentado cotações elevadas mais do que os fundamentos de oferta e demanda, segundo a estatal China Mineral Resources Group Co (CMRG).
O atual ressurgimento de um “falso aquecimento” nos preços do minério é fruto de operações especulativas, alertou a CMRG em um comentário de sua unidade de pesquisa publicado no WeChat da Associação de Ferro e Aço da China.
A associação informou que os preços à vista subiram mais de 5% em pouco mais de três semanas, entre 7 de novembro e 2 de dezembro, para cerca de US$ 107,80 a tonelada.
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Os ganhos ocorreram mesmo com o aumento dos estoques nos portos, a desaceleração da demanda por aço e a queda da produção média de ferro-gusa.
Desde então, os preços recuaram e os contratos futuros têm oscilado em uma faixa relativamente estreita acima de US$ 100 nos últimos quatro meses.
A CMRG tem sido crítica em relação ao que considera práticas injustas de formação de preços no setor, que, segundo a empresa, elevam os custos para as siderúrgicas chinesas.
A gigante comercializadora usou seu peso este ano ao proibir parte do minério de ferro da BHP como tática de negociação para obter melhores termos contratuais.
Alguns traders atuam simultaneamente nos mercados futuro e físico de formas que podem criar apertos pontuais e influenciar o sentimento do mercado, afirmou a CMRG no comentário publicado na noite de terça-feira.
O contrato de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Cingapura subiu 1,1% para US$ 102,95 a tonelada às 12h15 no horário local, enquanto os futuros precificados em yuan na bolsa de Dalian avançaram 1,5%. Os contratos de aço em Xangai também registraram alta.
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