Uma pesquisa do Bank of America em setembro mostrou uma melhora significativa no sentimento dos investidores em relação à região, com a maior tomada de risco desde meados de 2021 e níveis mínimos de cobertura.
De acordo com o levantamento conduzido com 31 gestores, os cortes nas taxas do Federal Reserve e a recuperação contínua dos mercados globais e regionais têm gerado maior otimismo entre os gerentes.
No Brasil, as expectativas para o índice Ibovespa tornaram-se muito mais positivas: enquanto em agosto apenas 10% dos participantes projetavam um fechamento em 2025 acima de 150.000 pontos, em setembro essa proporção subiu para metade do painel.
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Ao mesmo tempo, as previsões de um Ibovespa abaixo de 140.000 pontos no final deste ano praticamente desapareceram, quando há um mês eram de cerca de 35%.
O relatório do BofA também destacou uma mudança nas percepções de risco: em agosto, a principal preocupação era uma desaceleração da economia dos EUA, enquanto em setembro os entrevistados apontaram as taxas de juros dos EUA como o maior fator de vulnerabilidade para a região.
Em contrapartida, espera-se que as tensões comerciais ligadas às tarifas no Brasil e no México diminuam nos próximos meses.
O BofA espera o primeiro corte de juros da Selic, no Brasil, em dezembro. Houve também um fortalecimento nas expectativas para o real: enquanto em agosto a maioria projetava uma taxa de câmbio entre 5,41 e 5,70 para o dólar até o final de 2025, agora a faixa mencionada com mais frequência é entre 5,11 e 5,40.
A preferência por ativos mais arriscados resultou em maior exposição a setores de alta volatilidade, embora as estratégias de qualidade e crescimento continuem a ser favorecidas.
O setor financeiro e o de serviços públicos continuam sendo os setores mais ponderados, enquanto o de commodities continua sendo o menos favorecido.
O nível de liquidez permaneceu estável em cerca de 6% dos portfólios, acima da média histórica de 5,4%.
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Na região andina, os gerentes demonstraram interesse renovado no Peru, embora o Chile continue a ser considerado o mercado com melhor desempenho nos próximos seis meses.
Para a Argentina, por outro lado, as respostas refletiram posições divididas e uma abordagem amplamente neutra em relação à evolução dos preços dos ativos.