Futuros em NY sobem com impulso de balanços; dólar recua após Fed manter taxa juros

“São realmente os bons resultados nos EUA que estão dando impulso aos mercados”, disse Karen Georges, gestora da Ecofi.

NO RADAR DOS MERCADOS
31 de Julho, 2025 | 06:50 AM

Bloomberg — As ações globais operam em alta nesta quinta-feira (31) com a ajuda de balanços corporativos positivos. O dólar recuou, devolvendo parte dos ganhos do dia anterior após a decisão do Fed, que manteve a taxa de juros do país.

O índice Stoxx Europe 600 avançou 0,4%, puxado pela Shell Plc, que superou as expectativas de lucro, e pela Rolls-Royce Holdings, que elevou sua projeção para o ano após colher economias.

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Os futuros do S&P 500 subiram 1,1%, enquanto os do Nasdaq 100 ganharam 1,5%, com Microsoft e Meta Platforms disparando nas negociações após o fechamento do mercado.

Balanços chamativos ajudam a amenizar os temores sobre uma desaceleração econômica causada por tarifas nos Estados Unidos — a maior economia do mundo — e sustentam a justificativa para as altas avaliações das ações. Investidores também monitoram as tensões comerciais e decisões dos bancos centrais.

“São realmente os bons resultados nos EUA que estão dando impulso aos mercados”, disse Karen Georges, gestora da Ecofi. “Precisávamos que as ‘Mag 7’ entregassem neste trimestre para que a alta continuasse ao longo do verão.”

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As ações da Microsoft subiram mais de 8% nas negociações pós-mercado, enquanto a Meta avançou mais de 11% após ambas prometerem grandes investimentos em inteligência artificial. Apple e Amazon.com divulgam seus resultados ainda nesta quinta-feira.

Os preços do cobre pouco oscilaram na London Metal Exchange nesta quinta-feira — após uma queda brusca em Nova York — depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu o mercado ao isentar as formas mais negociadas de cobre das tão esperadas tarifas de importação.

O dólar caiu, recuando do maior nível desde maio, após o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmar na quarta-feira que nenhuma decisão havia sido tomada sobre um possível afrouxamento da política monetária em setembro. Os rendimentos dos Treasuries subiram ao longo da curva, após uma sessão de queda anterior.

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O iene manteve os ganhos depois de o Banco do Japão manter a taxa de juros inalterada e elevar sua projeção de inflação — conforme previam todos os 56 economistas consultados.

No comércio internacional, Trump afirmou ter fechado um acordo com a Coreia do Sul que impõe uma tarifa de 15% sobre as exportações do país para os EUA e prevê US$ 350 bilhões em investimentos sul-coreanos nos Estados Unidos. As ações sul-coreanas recuaram, com os investidores ignorando o acordo.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de quinta-feira (31 de julho):

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- A estratégia da Renault. O novo CEO da montadora francesa, Francois Provost, prometeu rigor no controle de gastos diante da demanda fraca na Europa e da concorrência chinesa. A empresa teve prejuízo de € 11,2 bilhões no semestre, principalmente por mudanças contábeis ligadas à Nissan.

- BMW sob impacto de tarifas. A lucratividade da BMW caiu no segundo trimestre devido à queda nas vendas na China e ao impacto das tarifas dos EUA. A montadora, no entanto, manteve sua projeção anual e vem apostando na transição para elétricos, que teve alta de 16% nas vendas no semestre.

- Samsung aposta em retomada com IA. A unidade de chips da empresa teve queda de 94% no lucro operacional no segundo trimestre, pressionada por estoques e perda de mercado em memória para IA. Apesar dos resultados fracos, a Samsung fechou um contrato de US$ 16,5 bilhões com a Tesla e aposta na retomada com chips avançados.

Ações globais 31/07/25
🔘 As bolsas ontem (30/07): Dow Jones Industrials (-0,46%), S&P 500 (-0,12%), Nasdaq Composite (+0,15%), Stoxx 600 (-0,02%), Ibovespa (+0,95%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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Naiara Albuquerque

Formada em jornalismo pela Fáculdade Cásper Líbero, tem mestrado em Ciências da Comunicação pela Unisinos, e acumula passagens por veículos como Valor Econômico, Capricho, Nexo Jornal e Exame. Na Bloomberg Línea Brasil, é editora-assistente especializada na cobertura de agronegócios.