Bloomberg — Os futuros das ações em Nova York operam com leve alta nesta quarta-feira (30), à espera da decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros e enquanto os investidores acompanham a agenda de balanços de grandes empresas.
Na Europa, o índice Stoxx 600 recuou ligeiramente, com as ações do HSBC Holdings caindo 5,1% após o lucro do banco ficar abaixo das expectativas.
Já o UBS Group subiu após superar as projeções. Os futuros de ações dos EUA operavam perto da estabilidade, enquanto um índice de ações asiáticas registrava alta.
O dólar caiu em relação à maioria das moedas dos países do G10. O petróleo manteve seu maior ganho em seis semanas depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, reiterou que pode impor sanções econômicas adicionais à Rússia, a menos que seja alcançado um cessar-fogo com a Ucrânia.
É amplamente esperado que os diretores de política monetária do Fed mantenham as taxas inalteradas pela quinta reunião consecutiva, mesmo sob pressão contínua de Trump para que o presidente do banco central, Jerome Powell, reduza os custos de empréstimos.
Investidores estarão atentos a qualquer sinal de maior disposição do Fed em adotar uma postura mais branda na reunião de setembro.
“Não esperamos que o Fed corte as taxas, mas será extremamente interessante ver como Powell vai lidar com a pressão constante da Casa Branca”, disse Joachim Klement, estrategista da Panmure Liberum.
“Os acordos comerciais mais recentes tendem a pressionar ainda mais a inflação nos EUA, reduzindo o espaço do Fed para cortar juros no curto prazo.”
Antes da decisão do Fed, os dados do PIB fornecerão uma atualização sobre a saúde da economia americana, como parte do aquecimento para o relatório de emprego de sexta-feira. A temporada intensa de balanços continua nos EUA ainda hoje, com Microsoft e Meta Platforms divulgando seus resultados.
Houve algum alívio para os investidores em ações com a possibilidade de prorrogação da trégua tarifária entre EUA e China. Trump deve tomar a decisão final sobre a extensão do prazo dentro de duas semanas — um movimento que sinalizaria continuidade na estabilização das relações entre as duas maiores economias do mundo.
Assim como ocorreu com a resposta moderada ao acordo tarifário entre EUA e União Europeia, os últimos sinais de progresso com Pequim levaram a ganhos modestos nas bolsas e pouco ajudaram a melhorar o sentimento dos investidores.
“O mercado está ficando mais eficiente em precificar esse tipo de comportamento — ou seja, a extensão do prazo, contanto que seja vista como um avanço positivo”, disse Billy Leung, estrategista de investimentos da Global X ETFs.
“Anteriormente, essa falta de avanço poderia ter causado uma reação negativa bem maior.”
Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (30 de julho):
- Carne sob efeito de tarifas. Os exportadores brasileiros de carne bovina podem perder até US$ 1 bilhão no segundo semestre de 2025 com tarifas de 50% planejadas pelos EUA, segundo a Abiec. O país exportou 180 mil toneladas aos EUA no primeiro semestre, mais que o dobro do ano anterior.
- Rio Tinto pressionada. O lucro da mineradora caiu 16% no primeiro semestre, para US$ 4,8 bilhões, o menor nível em cinco anos, pressionado pela queda nos preços do minério de ferro e incertezas comerciais ligadas a Trump. A mineradora enfrenta desafios com minas envelhecidas e dívida em alta.
- Marcas alemãs cortam guidance. A Mercedes-Benz e a Porsche cortaram suas projeções de lucro para 2025, pressionadas por tarifas dos EUA e forte concorrência na China. A Mercedes espera margem de até 4%, ante 6%, e a Porsche vê o retorno sobre as vendas caindo para até 5%.

🔘 As bolsas ontem (29/07): Dow Jones Industrials (-0,46%), S&P 500 (-0,30%), Nasdaq Composite (-0,38%), Stoxx 600 (+0,29%), Ibovespa (+0,45%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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