Bloomberg — Os futuros das ações dos EUA operam em queda nesta terça-feira (3), à medida que os investidores enfrentam um cenário nebuloso de incertezas em torno da guerra comercial global.
Os contratos do S&P 500 caíram 0,5%, sinalizando a continuidade da sequência de variações diárias entre ganhos e perdas do índice de referência.
As ações europeias também operaram em baixa. Os títulos do Tesouro americano subiram, após uma emissão de dívida de 10 anos no Japão atrair forte demanda. O dólar avançou 0,2%.
Dois meses após os amplos anúncios tarifários do presidente Donald Trump e seus esforços para novos acordos comerciais, ainda há poucos sinais de avanço nas negociações com a China ou a União Europeia.
Na segunda-feira, a Casa Branca tentou seguir com os esforços para organizar uma ligação entre Trump e Xi Jinping, mas representantes do líder chinês ainda não demonstraram interesse.
“Estamos claramente vendo muita volatilidade, e os investidores querem mais visibilidade”, disse Massimiliano Bondurri, fundador e CEO da SGMC Capital, em Singapura, à Bloomberg TV.
“É normal que os mercados fiquem nesse vai e vem.”
Projeções de crescimento da OCDE
A economia dos EUA também tem mostrado sinais crescentes de desaceleração moderada, porém generalizada. A OCDE alertou nesta terça-feira que as políticas comerciais de Trump levaram a economia global a uma retração, com os EUA entre os mais afetados.
Ainda nesta terça, um relatório sobre vagas de emprego em abril deve mostrar queda no número de oportunidades abertas, atingindo o nível mais baixo desde 2020, em um contexto em que as empresas estão mais atentas ao comportamento de consumo mais contido dos americanos. Já os dados de folha de pagamento, previstos para sexta-feira, devem mostrar uma desaceleração no ritmo de contratações.
“Os mercados estão sendo negociados em patamares mais altos do que em 2 de abril, mas os lucros foram revisados para baixo, assim como o crescimento global”, afirmou Gilles Guibout, chefe de ações europeias da AXA Investment Managers, em Paris.
“Estamos realmente em uma posição melhor? A resposta é ‘não’.”
Veja a seguir outros destaques desta manhã de terça-feira (3 de junho):
- Julius Baer sob pressão. O CEO do banco Stefan Bollinger anunciou novos cortes de custos de 130 milhões de francos suíços até 2028 e metas revistas para melhorar a lucratividade, mas decepcionou investidores com poucos detalhes sobre crescimento. As ações caíram 1,5% após o anúncio.
- Petronas avalia venda de unidade. A estatal malaia está avaliando opções para sua unidade no Canadá, incluindo uma possível venda que pode chegar a US$ 7 bilhões, segundo fontes consultadas pela Bloomberg News. O ajuste de portfólio ocorre diante da baixa nos preços do petróleo.
- Mudança na Toyota Industries. A empresa recebeu uma oferta de US$ 33 bilhões para fechar o capital, o que pode reforçar o controle da família fundadora sobre o grupo. A proposta prevê a compra das ações por ¥ 16.300 cada, 11% abaixo do último fechamento. A transação envolve a criação de uma nova holding.

🔘 As bolsas ontem (02/06): Dow Jones Industrials (+0,08%), S&P 500 (+0,01%), Nasdaq Composite (+0,67%), Stoxx 600 (-0,14%), Ibovespa (-0,18%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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