Futuros dos EUA operam estáveis à espera do PCE; Trump anuncia novas tarifas

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Bloomberg — Os futuros de ações dos EUA operam perto da estabilidade nesta sexta-feira (26), à espera do Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal, o PCE, que será divulgado mais tarde.

A fabricante de caminhões PACCAR subiu mais de 5% no pré-mercado depois que o presidente Donald Trump impôs novas tarifas sobre importações de veículos pesados. As ações de alguns pares europeus recuaram.

Após um rali de US$ 15 trilhões nas bolsas globais desde as mínimas de abril, os traders agora enfrentam uma onda de incertezas, após os indicativos de novas tarifas tarifas que voltaram a abalar os mercados e investidores demonstram preocupação com as avaliações infladas das grandes empresas de tecnologia.

A política do Fed, a próxima temporada de balanços e a ameaça de uma paralisação do governo dos EUA também pesam sobre o sentimento. As atenções agora se voltam para o relatório de inflação de sexta-feira e para os dados mensais de emprego na próxima semana.

“O entusiasmo com a IA e os cortes de juros do Fed turbinaram o mercado de alta e levaram as bolsas globais e dos EUA a novas máximas”, escreveram estrategistas do Barclays Plc, liderados por Emmanuel Cau, em nota.

“Mas com boa parte da narrativa ‘Cachinhos Dourados’ já precificada e o posicionamento mais elevado, a fadiga dos investidores é palpável enquanto entramos em uma zona de turbulência antes do relatório de folhas de pagamento não-agrícolas e dos balanços do terceiro trimestre.”

O rendimento do Treasury de 10 anos teve pouca variação, e um índice do dólar permaneceu estável, caminhando para seu maior avanço semanal desde o início de agosto.

O índice Stoxx Europe 600 subiu cerca de 0,2%, mas ainda deve registrar duas quedas semanais consecutivas pela primeira vez desde junho. As ações da Daimler Truck Holdings e da Traton (da Volkswagen) recuaram, enquanto a sueca Volvo, que fabrica caminhões nos EUA, avançou. Já as ações de saúde tiveram desempenho abaixo da média após novas tarifas dos EUA sobre produtos farmacêuticos.

Embora, segundo a Bloomberg Economics, as tarifas sobre medicamentos tenham pouco impacto direto sobre a maioria das farmacêuticas europeias, elas servem como lembrete de que novas tensões comerciais podem surgir a qualquer momento.

“O que esse anúncio nos mostra é que claramente não acabamos com as tarifas dos EUA, mais delas virão”, disse Pierre Alexis Dumont, diretor de investimentos da Sycomore Asset Management, em Paris.

O MSCI All Country World Index caiu 0,1%, enquanto o índice de ações de mercados emergentes recuou mais de 1%, a maior queda diária em quase dois meses.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de sexta-feira (26 de setembro):

- Nova ofensiva de Trump. O presidente americano anunciou tarifas de 100% sobre medicamentos patenteados, 25% sobre caminhões pesados e até 50% sobre móveis, em vigor a partir de outubro de 2025. As medidas derrubaram ações de farmacêuticas como Novo Nordisk e de montadoras europeias como Daimler Truck e Traton.

- Fim de fusão entre Gol e Azul. As companhias aéreas anunciaram em fato relevante enviado à CVM o encerramento das negociações sobre uma possível união e também a rescisão do acordo firmado em maio de 2024, que previa cooperação comercial via codeshare para integrar suas malhas no Brasil.

- M&A do ouro. A Gold Fields concordou com a venda de US$ 725 milhões de ações da Northern Star, adquirida como parte de um acordo para assumir o controle de uma mina de ouro na Austrália. O negócio segue a compra da Gold Road, avaliada em cerca de US$ 2,4 bilhões em maio, em meio ao rali histórico do ouro que impulsiona fusões no setor.