Bloomberg — Os futuros das ações dos EUA operam em leve alta nesta segunda-feira (15) enquanto os traders se preparam para a última semana cheia de negociações antes das comemorações de final de ano. O ouro se aproximou de um recorde histórico.
Os contratos do S&P 500 avançaram 0,2%, após perdas de mais de 1% na sexta-feira. As ações europeias subiram 0,3%.
O rendimento dos Treasuries de 10 anos recuou marginalmente, e um índice do dólar ficou praticamente estável. O ouro avançou pelo quinto dia consecutivo, em torno de US$ 4.339 a onça.
O apetite global por risco diminuiu diante das dúvidas sobre se as ações de tecnologia — que impulsionaram os índices globais a máximas históricas — ainda justificam suas avaliações elevadas e os gastos agressivos com inteligência artificial.
Nesta semana, dados de emprego e inflação nos EUA devem oferecer mais pistas sobre a saúde da economia americana, enquanto é esperada uma rodada final de decisões de política monetária de grandes bancos centrais, incluindo o Banco da Inglaterra e o Banco do Japão.
“Há risco de eventos suficiente para manter os investidores em alerta, possivelmente fornecendo o estopim para o rali de fim de ano — ou, por outro lado, para um aprofundamento das vendas”, disse Kyle Rodda, analista sênior da Capital.com, em referência aos ganhos típicos das ações no fim do ano.
Ações asiáticas superam pares globais neste ano
Os índices chineses recuaram levemente após os dados mais recentes mostrarem que o crescimento das vendas no varejo foi o mais fraco desde a Covid, enquanto o investimento voltou a cair. As ações asiáticas também cederam, acompanhando as perdas de Wall Street na sexta-feira, com a Coreia do Sul — um símbolo do entusiasmo com IA — recuando 1,8%.
Os dados dos EUA previstos para esta semana ajudarão a preencher o vácuo criado pela paralisação do governo americano, que atrasou a divulgação dos números mensais de emprego e inflação, seguidos por mais dados-chave do mercado de trabalho no início de janeiro.
Os relatórios devem ajudar a responder à principal questão rumo a 2026: se o Fed está perto de encerrar o ciclo de afrouxamento, após três cortes consecutivos, ou se terá de agir de forma mais agressiva.
Os traders também observarão se a retração puxada por tecnologia da semana passada se estende.
De uma recente liquidação nas ações da Nvidia, passando pela queda da Oracle após relatar aumento dos gastos com IA, até a deterioração do sentimento em torno de um grupo de empresas expostas à OpenAI, os sinais de ceticismo estão aumentando.
“Vemos as ansiedades recentes dos investidores como a fase de ‘indigestão’ de um enorme ciclo de adoção tecnológica, e não como o fim da história”, escreveu o veterano estrategista Ed Yardeni, da Yardeni Research.
Na semana passada, Yardeni reduziu a exposição às chamadas megacaps de tecnologia do grupo conhecido como ‘Magnificent Seven’.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de segunda-feira (15 de dezembro):
- Fuji Media sob pressão. A investidora Aya Nomura se prepara para aumentar sua participação na Fuji Media Holdings. Ela já possui mais de 42 milhões de ações e planeja comprar até mais 25 milhões caso a companhia não avance no desmembramento ou na venda de sua operação imobiliária.
- Novo patamar para o ouro. O metal opera perto de um recorde nesta manhã de segunda-feira, enquanto os traders apostam em um Fed mais dovish e na queda das ações de tecnologia, o que reforça seu apelo como ativo considerado mais seguro. Analistas veem espaço para novas máximas em 2026.
- Economia chinesa em ritmo mais lento. As vendas no varejo da China cresceram no ritmo mais fraco desde a Covid-19 e ficaram abaixo das expectativas. O consumo segue pressionado pela redução dos subsídios e pela menor capacidade de gasto dos governos locais, enquanto economistas veem necessidade de estímulos mais amplos.

🔘 As bolsas na sexta-feira (12/12): Dow Jones Industrials (-0,51%), S&P 500 (-1,07%), Nasdaq Composite (-1,69%), Stoxx 600 (-0,53%), Ibovespa (+0,99%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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