Futuros dos EUA avançam com recuperação dos Treasuries e alívio fiscal

“Em ações, acreditamos que a recente recuperação está próxima do fim”, afirmou Karsten Junius, economista-chefe do banco J Safra Sarasin

Ações globais ampliam perdas com tarifaço de Trump e aversão a riscos |
23 de Maio, 2025 | 07:08 AM

Bloomberg — Os futuros das ações dos EUA operam em leve alta nesta sexta-feira (23), com a recuperação dos títulos do Tesouro ajudando a amenizar as preocupações dos investidores em relação à situação fiscal americana.

Os contratos do S&P 500 subiram 0,1% após as ações nos EUA acumularem três dias consecutivos de perdas.

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Ainda assim, o índice de referência caminha para seu pior desempenho semanal desde a onda desencadeada pelos anúncios de tarifas do presidente Donald Trump no início de abril.

Os títulos do Tesouro de prazos mais longos avançaram pelo segundo dia seguido, com o rendimento dos papéis de 30 anos caindo dois pontos-base, para 5,02%.

Na Europa, as ações subiram 0,3%, enquanto um índice de ações asiáticas está prestes a registrar a sexta semana consecutiva de ganhos.

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O mercado de títulos refletiu, ao longo da semana, as preocupações dos investidores com o aumento da dívida e do déficit dos EUA — cenário agravado após a Moody’s Ratings rebaixar a nota de crédito máxima do país.

A alta nos rendimentos, especialmente nos títulos de longo prazo, intensificou os temores sobre a perspectiva econômica em meio a custos de empréstimos elevados e à incerteza gerada por tarifas.

Após a aprovação, pela Câmara dos Deputados dos EUA, do pacote tributário proposto por Trump na quinta-feira, analistas alertam que o contínuo enfraquecimento da posição fiscal do governo americano continuará pressionando ativos de maior risco.

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A legislação, um pacote de vários trilhões de dólares que evita um aumento de impostos no fim do ano às custas de elevar o endividamento do país, segue agora para votação no Senado.

“Em ações, acreditamos que a recente recuperação está próxima do fim. Embora as avaliações tenham se recuperado, os riscos de queda ainda predominam”, afirmou Karsten Junius, economista-chefe do banco J Safra Sarasin.

“Entre eles, destacam-se uma possível nova alta nos rendimentos dos títulos americanos, enfraquecimento dos dados macroeconômicos dos EUA e uma nova escalada nos riscos tarifários.”

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O dólar retomou sua trajetória de queda, recuando 0,4% e caminhando para seu pior desempenho semanal em mais de um mês.

Apesar de dados melhores que o esperado divulgados na quinta-feira, que mostraram aceleração na atividade empresarial, investidores seguem cautelosos sobre como a situação fiscal poderá afetar o apetite por ativos americanos.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de sexta-feira (23 de maio):

– BYD em patamar recorde. As ações da montadora atingiram uma máxima histórica em Hong Kong nesta sexta-feira. Os papéis chegaram a subir 4,4%, impulsionados pelo aumento da confiança dos investidores estrangeiros, o que destacou a companhia entre as ações com listagem dupla.

- RedBird Capital adquire grupo editorial. Um consórcio da empresa americana de private equity concordou em comprar o jornal britânico Telegraph por US$ 674 milhões. A empresa informou que irá investir em IA nas operações digitais para impulsionar as assinaturas.

– Taxação na Europa. O governo espanhol avança em uma proposta que prevê a cobrança de um imposto de 100% sobre a compra de imóveis por não residentes da UE. A medida faz parte de um projeto de lei mais amplo enviado ao Parlamento que visa facilitar o acesso à moradia.

Ações globais 23/05/25
🔘 As bolsas ontem (22/05): Dow Jones Industrials (-0,01%), S&P 500 (-0,04%), Nasdaq Composite (+0,28%), Stoxx 600 (-0,04%), Ibovespa (-0,44%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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Naiara Albuquerque

Formada em jornalismo pela Fáculdade Cásper Líbero, tem mestrado em Ciências da Comunicação pela Unisinos, e acumula passagens por veículos como Valor Econômico, Capricho, Nexo Jornal e Exame. Na Bloomberg Línea Brasil, é editora-assistente especializada na cobertura de agronegócios.