De Venezuela a Uruguai, como o risco-país da América Latina chega ao fim de 2025

Os spreads soberanos foram reduzidos em todos os países da região, com quedas particularmente grandes na Venezuela, Bolívia e Equador

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30 de Dezembro, 2025 | 10:27 AM

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Bloomberg Línea — Os títulos dos países mais arriscados para se investir na América Latina comprimiram os rendimentos em 2025: o caso mais notável é o do Equador, onde o risco-país atingiu um mínimo não visto desde meados de 2019, ultrapassando 500 pontos pela primeira vez em seis anos.

Enquanto isso, na Bolívia, o bom clima financeiro após a eleição presidencial levou os instrumentos soberanos a se moverem 700 pontos acima da taxa dos EUA.

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Com relação à Argentina, após o colapso do risco-país observado na última semana de outubro, o indicador caiu significativamente após as eleições legislativas, o que permitiu uma compressão com relação ao fechamento de 2025. Ela não foi tão forte quanto as mencionadas acima, uma vez que a queda importante no risco-país argentino ocorreu em 2024.

A Venezuela é um caso particular: embora seu risco-país seja o mais alto do mundo, ele vem caindo constantemente desde o início do ano, possivelmente devido às apostas dos investidores em uma mudança de regime político. Apesar disso, fechou o ano acima de 12.000 pontos e é até difícil compará-la com o restante dos países latino-americanos, já que ela rompe todas as escalas.

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No outro extremo da escala, os títulos mais seguros da região continuam sendo os do Uruguai, Chile, Peru e Paraguai, enquanto os gigantes da região, Brasil e México, estão na faixa intermediária, acima de 200 pontos, mas com os títulos ganhando terreno em relação ao ano anterior.

É assim que o risco-país encerra o ano em cada território latino-americano:

  • Venezuela: 12,645
  • Bolívia: 709
  • Argentina: 574
  • Equador: 502
  • El Salvador: 328
  • Colômbia: 266
  • Honduras: 237
  • México: 224
  • Brasil: 198
  • República Dominicana: 171
  • Panamá: 156
  • Costa Rica: 143
  • Guatemala: 142
  • Peru: 132
  • Paraguai: 103
  • Chile: 91
  • Uruguai: 70

O que é risco-país e como ele é medido?

O risco-país é um indicador que reflete a percepção dos mercados financeiros sobre a capacidade e a disposição de um país de honrar o serviço de sua dívida soberana. Em termos simples, ele mede quanto mais os governos têm de pagar - em juros - para se financiar do que os Estados Unidos.

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Esse indicador é medido pelo EMBI, produzido pelo JPMorgan Chase, um dos principais bancos de investimento do mundo. O EMBI compara o rendimento dos títulos soberanos de países emergentes com o dos títulos do Tesouro dos EUA.

O cálculo é baseado no preço dos títulos soberanos negociados nos mercados internacionais. Se os preços desses títulos caírem - porque os investidores os vendem ou desconfiam deles - seu rendimento aumenta e, com isso, o risco-país aumenta.