Construtora chinesa Evergrande pede proteção contra falência em Nova York

Grupo que tem US$ 340 bilhões em dívidas trabalha há meses para finalizar um plano de reestruturação de seu passivo internacional; medida protege ativos da empresa nos EUA

Sede da Evergrande, em Shenzhen, na China
Por Jeremy Hill
17 de Agosto, 2023 | 06:17 PM

Bloomberg — O Grupo Evergrande, da China, solicitou proteção contra falência pelo Capítulo 15 da legislação sobre o tema em Nova York nesta quinta-feira (17), como mostram os documentos judiciais.

A solicitação pelo Capítulo 15 protege os ativos da empresa nos Estados Unidos enquanto os acordos de reestruturação são resolvidos em outros países.

Acordos internacionais de reestruturação de dívidas às vezes exigem a entrada pelo Capítulo 15 durante a finalização de uma transação.

A petição da Evergrande faz referência aos procedimentos de reestruturação em andamento em Hong Kong e nas Ilhas Cayman.

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A construtora chinesa, que protagonizou uma crise de confiança há dois anos ao anunciar que não pagaria parte de suas dívidas, vem trabalhando há meses para finalizar um plano de reestruturação de dívidas internacionais. Em julho, obteve aprovação judicial para realizar votações sobre o acordo. As reuniões estão agendadas para ainda este mês.

A Evergrande tenta concluir uma das maiores reestruturações de dívidas do país, depois de registrar US$ 81 bilhões em perdas em dois anos durante o colapso do setor imobiliário.

No mês passado, a gigante imobiliária que já estava inadimplente pediu para convocar reuniões com credores offshore - fora do país - para aprovar seu plano de revisão de crédito, depois de relatar demonstrações financeiras há muito atrasadas para 2021 e 2022.

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As perdas da construtora e incorporadora mais endividada da China lançaram luz sobre a escala de seus problemas financeiros durante a crise imobiliária que abalou a segunda maior economia do mundo desde que o governo restringiu a tomada de empréstimos por empresas do setor como ela.

Os números, que também mostraram que os passivos da Evergrande aumentaram para US$ 340 bilhões, prejudicaram o sentimento no setor imobiliário da China. Um indicador da Bloomberg Intelligence de ações de desenvolvedores teve quedas acentuadas em julho. Os títulos em dólar vendidos pela Evergrande mal se movimentaram e chegaram a ser negociados a cerca de 6 centavos de dólar.

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