Cinco coisas que você precisa saber para começar esta terça-feira

Investidores ficam de olho na reunião de Lula com membros do Conselho de Coalizão e em sinais que possam indicar rumo dos juros antes do Copom

BC protagoniza uno de los ciclos de ajuste monetario más agresivos de la historia (Rodrigo de Oliveira)
31 de Outubro, 2023 | 09:07 AM

Bloomberg Línea — Os investidores ficam de olho nesta terça-feira (31) na reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e membros do Conselho de Coalizão, formado por líderes da Câmara e deputados.

Ontem (30), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que Lula vai indicar o professor de economia Paulo Picchetti e o servidor público de carreira Rodrigo Teixeira para cargos no Banco Central que compõem o Comitê de Política Monetária (Copom).

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Na China, a atividade industrial voltou a registrar contração em outubro, enquanto a expansão do setor de serviços se enfraqueceu inesperadamente, um sinal de que a economia do país continua frágil e pode precisar de mais estímulo.

Amanhã (1º de novembro) serão anunciadas as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, a expectativa é de corte de 0,50 ponto percentual pela 3ª vez seguida, para 12,25% ao ano, e manutenção da sinalização sobre cortes futuros, pelo menos para dezembro.

Confira a seguir cinco destaques desta terça-feira (31):

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1. Mudanças no BC

O presidente Lula nomeará o professor de economia Paulo Picchetti e o servidor público de carreira Rodrigo Teixeira para posições de voto no Banco Central, anunciou o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na segunda-feira (30).

As escolhas substituirão dois diretores amplamente considerados os membros mais conservadores do conselho e aproximarão Lula de uma maioria de votos no BC, que ele criticou no início de seu mandato por manter uma política monetária rígida.

Essa crítica suavizou desde agosto, quando os formuladores de políticas liderados por Roberto Campos Neto deram início a um ciclo de flexibilização demandado por Lula. Após elevar a Selic para uma máxima de seis anos, de 13,75%, para combater o aumento dos preços pós-pandemia, o conselho reduziu a taxa para 12,75% com dois cortes de meio ponto percentual.

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Espera-se que mantenham esse ritmo com mais um corte na reunião do Copom desta semana, uma vez que a inflação anual continua a mostrar sinais de melhora. Lula e Campos Neto também buscaram diminuir as tensões, comprometendo-se a melhorar a comunicação em uma reunião presencial no final de setembro.

2. Cortes de juros na América Latina

Bancos centrais da América Latina, que foram os primeiros do mundo a cortar juros no pós-pandemia, agora deverão suavizar seus ciclos de afrouxamento devido a uma perspectiva global deteriorada, de acordo com Cassiana Fernandez, economista-chefe do JPMorgan para a região.

Os formuladores de políticas monetárias estão em estado de alerta devido ao aumento acentuado nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA e às chances de um aperto adicional pelo Federal Reserve (Fed), enfraquecendo as moedas locais e fomentando a pressão inflacionária ao elevar os preços das importações, disse Fernandez em uma entrevista à Bloomberg News.

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Os bancos centrais regionais agirão com mais cautela, mantendo os custos de empréstimos mais elevados por mais tempo do que o esperado.

“A América Latina foi pioneira, mas agora não será capaz de cortar tanto”, disse Fernandez. “Os bancos centrais serão cautelosos, à medida que testemunham os impactos das decisões de política monetária em suas moedas.”

3. Mercados

O iene registrou sua maior queda em dois meses após o Banco do Japão fazer apenas mudanças mínimas em sua política monetária, desapontando alguns no mercado que esperavam por mais.

O banco central japonês disse nesta terça-feira que adotará uma abordagem mais flexível para controlar os rendimentos dos títulos do governo com prazo de 10 anos, marcando uma mudança em relação ao compromisso anterior de realizar operações diárias de compra de títulos a 1%.

Nos mercados europeus, as ações sobem impulsionadas pelos resultados positivos da Anheuser-Busch InBev NV e Stellantis.

Enquanto isso, os futuros do S&P 500 avançam, colocando os mercados de ações a caminho para estender os ganhos após o rali de segunda-feira (30). Os títulos subiram depois que o Tesouro dos EUA reduziu sua estimativa de endividamento federal para o trimestre atual, citando receitas mais fortes do que o esperado.

4. Manchetes dos principais jornais

Estadão: Senado avança em discussão de PEC para pôr ‘freio’ no STF nesta terça; oposição domina debate

Folha de S. Paulo: Lula reúne líderes da Câmara para apresentar fatura após entrada do centrão no governo

O Globo: Polarização persiste um ano após a eleição, mas Lula ainda tenta atrair segmentos bolsonaristas

Valor Econômico: Lojistas usam subterfúgios para burlar imposto

5. Agenda

Estados Unidos

  • 9h30 (horário de Brasília): índice do custo do emprego do terceiro trimestre. Os investidores estarão atentos a essa divulgação, pois oferece informações sobre os custos trabalhistas, o que pode impactar as decisões de política monetária;
  • 10h: preços de imóveis S&P/CS Composto-20 ajustados sazonalmente para o mês de agosto;
  • 10h: Índice de Gerentes de Compras (PMI) de Chicago para o mês de outubro;
  • 11h: Índice de confiança do consumidor do Conference Board para o mês de outubro;
  • 17h30: estoques semanais de petróleo bruto;

Europa

  • 13h30: discurso do vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos;

China

  • 22h45: Índice de Gerentes de Compras (PMI) Industrial Caixin para o mês de outubro.

-- Com informações da Bloomberg News

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.