Cinco coisas que você precisa saber para começar esta segunda-feira, 10 de junho

Investidores acompanham as novas projeções do mercado pelo Boletim Focus e reagem aos resultados das eleições na Europa, a dois dias da próxima reunião do Fed sobre os juros dos EUA

Sede do Parlamento Europeu em Bruxelas: resultado das eleições traz impactos para os mercados (Foto: Simon Wohlfahrt/Bloomberg)
10 de Junho, 2024 | 08:53 AM

Bloomberg Línea — Investidores nesta segunda-feira (10) continuam reagindo aos dados divulgados na semana passada, em particular o relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos em maio, à espera de sinais que possam indicar qual será a decisão tomada pelo Federal Reserve (Fed) na quarta-feira.

Os traders reduziram as apostas em cortes de juros após os dados de emprego acima do previsto em maio, que mostraram um mercado de trabalho ainda resiliente na maior economia do mundo.

No Brasil, destaque para o Boletim Focus, que deve mostrou um aumento na expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano e em 2025.

Leia mais: O que os economistas esperam sobre as projeções no gráfico de pontos do Fed

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A piora das projeções é atribuída por economistas a fatores como os riscos fiscais e a reprecificação dos juros externos, além da pressão do dólar, que superou R$ 5,30 na última semana.

“Ruídos” recentes na comunicação do governo Lula com o mercado impactaram as expectativas de inflação, segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que citou como exemplo o questionamento sobre a consistência do arcabouço fiscal em evento na sexta (7).

A China, segunda maior economia do mundo, também divulga dados de inflação nesta semana, que devem vir moderados. Os economistas estimam um CPI de 0,4% na comparação anual e um PPI negativo na China, com deflação de 1,5% no mesmo comparativo.

Na zona do euro, o agravamento da angústia política provavelmente adicionará uma nova pressão sobre o euro após as votações parlamentares neste domingo (9), quando líderes na França e na Alemanha - Emmanuel Macron e Olaf Scholz, respectivamente, sofreram derrotas, disseram estrategistas.

A moeda comum caiu para seu nível mais baixo em um mês em relação ao dólar depois que o presidente francês sofreu o revés e decidiu convocar uma votação legislativa antecipada em seu país.

Confira a seguir cinco destaques desta segunda-feira (10):

1. Boletim Focus

O relatório Focus do Banco Central (BC) trouxe novamente alterações nesta semana.

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Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao fim de 2024, a previsão agora é a de uma alta de 3,90%, ante 3,88% no relatório anterior. Para 2025, passou de 3,77% para 3,78%.

A mediana das projeções para a taxa Selic ao fim de 2024 manteve-se estável em 10,25% ao ano, mas subiu de 9,18% para 9,25% ao fim de 2025.

A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano também subiu, indo de 2,05% para 2,09%.

2. Risco político na Europa

As moedas na maioria das economias em desenvolvimento do mundo estavam mais fracas, uma vez que as eleições do fim de semana na União Europeia aumentaram os riscos políticos na visão de investidores, após uma série de eleições que impulsionaram a volatilidade do mercado em todo o mundo.

O índice MSCI para moedas emergentes caiu 0,3%, liderado pela Europa Oriental, com apenas o rand contrariando a tendência, pois os traders reavaliaram o cenário político após a votação inconclusiva na África do Sul no final do mês passado. As ações de tecnologia asiáticas puxaram o índice para baixo.

As moedas europeias foram arrastadas por um euro mais fraco, que caiu para o nível mais baixo em um mês depois que o presidente francês Emmanuel Macron convocou uma votação legislativa na esteira de uma derrota esmagadora nas eleições para o Parlamento Europeu no fim de semana. O forint húngaro perdeu 0,8% em relação ao euro, enquanto o zloty polonês enfraqueceu 0,4%.

As perspectivas do partido de extrema-direita de Marine Le Pen nas eleições francesas e o impacto potencial no compromisso da Europa de apoiar a Ucrânia “podem muito bem exigir um prêmio de risco” nas moedas da Europa Central e Oriental neste mês, segundo o estrategista do ING Bank Frantisek Taborsky.

3. Mercados

O euro caiu até 0,5% nesta manhã de segunda-feira, recuando com as ações europeias e os títulos franceses. Os ganhos da extrema-direita na França levaram Macron a convocar uma votação legislativa antecipada para seu país, em tentativa de deter a ascensão de sua rival Marine Le Pen.

Além da política europeia, investidores reavaliam as perspectivas de cortes nas taxas de juros do Federal Reserve e a diminuição da preocupação com uma desaceleração econômica após o sólido relatório de empregos dos EUA da semana passada que deve influenciar as negociações nesta segunda.

O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos avançou pelo terceiro dia, enquanto o won sul-coreano e o ringgit malaio caíram. O índice de ações da Ásia-Pacífico da MSCI estava ligeiramente mais baixo. Os traders também estavam focados na Índia, já que o primeiro-ministro Narendra Modi deve delinear os nomes para seu gabinete nesta semana.

O índice Topix da Bolsa de Tóquio, no Japão, subiu, com as seguradoras liderando o avanço diante das expectativas de que rendimentos mais altos de renda fixa aumentariam a lucratividade. Os mercados na China, Hong Kong, Taiwan e Austrália estavam fechados devido a feriados.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Planalto despacha com ‘gabinete da ousadia’ do PT para pautar redes e influenciadores governistas

Folha de S. Paulo: Em 6 meses, Milei compensa dificuldades domésticas com sobreatuação internacional

Valor Econômico: Guinada à direita em eleição para o parlamento da União Europeia abala França e Alemanha

O Globo: Extrema direita abalou votação do Parlamento Europeu, mas divergências ‘barram’ coalizão

5. Agenda

Estados Unidos:

  • 14h: Leilão Americano Note a 3 anos

-- Com informações da Bloomberg News.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.