Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quinta-feira, 2 de abril

Investidores reagem à sinalização de Jerome Powell sobre os próximos passos do Fed e ao resultado do Bradesco nesta quinta-feira (2)

A Bradesco bank branch in the financial district of Sao Paulo, Brazil
02 de Maio, 2024 | 08:45 AM

Bloomberg Línea — Investidores repercutem nesta quinta-feira (2) as declarações de Jerome Powell depois da decisão do Federal Reserve (Fed) de manter a taxa básica de juros de 5,25% a 5,5% ontem à tarde (1).

O presidente do Fed manteve vivas as esperanças de um corte nas taxas de juros este ano, enquanto reconhecia que um surto de inflação reduziu a confiança dos formuladores de política monetária na tese de que as pressões inflacionárias estão diminuindo.

Ao mesmo tempo, ele descartou - por ora - que o Fed possa elevar os juros, não ao menos no horizonte imediato, o que levou alívio em parte do mercado.

No cenário corporativo, destaque no Brasil para o resultado do Bradesco (BBDC4), divulgado antes da abertura do mercado; e, nos Estados Unidos, os olhares de investidores se voltam para a Apple (AAPL), que divulga o balanço depois do fechamento do mercado.

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Confira a seguir cinco destaques desta quinta-feira (2):

1. Reunião do Fed

O Federal Reserve sinalizou preocupações renovadas com a inflação, indicando que provavelmente manterá os custos de empréstimos elevados por mais tempo em vez de aumentá-los novamente.

Os membros do comitê de mercado aberto (FOMC) decidiram por unanimidade, na quarta-feira, manter a faixa-alvo para a taxa básica dos fundos federais entre 5,25% e 5,5% — em que está desde julho de 2023 — após uma série de dados que apontaram para pressões persistentes de preços na economia dos EUA.

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Eles também reafirmaram a necessidade de mais evidências de que o aumento dos preços está esfriando antes de reduzir as taxas de juros, atualmente no mais alto nível em duas décadas.

“Até agora, neste ano, os dados não nos deram maior confiança em particular” de que cortes nas taxas são apropriados, disse o presidente Jerome Powell em uma entrevista coletiva de imprensa após a reunião de dois dias em Washington. “As leituras sobre inflação vieram acima das expectativas. É provável que ganhar essa confiança leve mais tempo do que anteriormente esperado.”

Powell disse, por outro lado, que é improvável que o próximo movimento do Fed seja aumentar as taxas de juros, explicando que os membros precisariam ver evidências persuasivas de que a política não está restritiva o suficiente para trazer a inflação de volta ao objetivo de 2% do banco central. “Não vemos evidências que apoiem essa conclusão”, acrescentou ele.

2. Resultado do Bradesco

O Bradesco teve um lucro de R$ 4,2 bilhões no primeiro trimestre de 2024, uma alta de 46,3% em comparação ao trimestre imediatamente anterior. E estável na comparação anual.

O lucro líquido contábil para o mesmo período foi de R$ 4,211 bilhões, queda de 1,6% na comparação anual.

Segundo o CEO, Marcelo Noronha, houve crescimento da carteira de crédito em todos os segmentos, enquanto a inadimplência caiu.

3. Mercados

Os futuros das ações dos EUA avançaram nesta manhã à medida que os negociadores se sentiram confortáveis com o sinal do Federal Reserve de que não há planos para aumentar as taxas de juros e aguardam os próximos resultados da Apple (AAPL).

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Os contratos do S&P 500 subiram cerca de 0,6%, com Apple, Amazon (AMZN) e Nvidia (NVDA) registrando pequenos ganhos. O iene foi o centro das atenções no câmbio, registrando mais um dia de grandes oscilações em meio a rumores de que as autoridades japonesas intervieram para apoiar a moeda.

Os mercados estão celebrando que o Fed adotou uma postura mais branda do que alguns esperavam, mesmo após uma série de estatísticas apontarem para pressões inflacionárias persistentes.

O presidente Jerome Powell disse que é improvável que a próxima medida do banco central seja aumentar as taxas, dizendo que as autoridades precisariam ver evidências convincentes de que a política não está apertada o suficiente para trazer a inflação de volta à meta de 2%.

Os resultados da Apple, que serão divulgados após o fechamento do mercado dos EUA, darão aos investidores uma dimensão mais atualizada de como a fabricante do iPhone está lidando com a queda nas vendas, em parte devido a um mercado chinês mais fraco.

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Na Europa, as ações tiveram pequenas variações em meio a relatórios considerados “mistos” de empresas. A fabricante de medicamentos Novo Nordisk, do Ozempic e do Wegovy, caiu após resultados decepcionantes, e a gigante do transporte Moller-Maersk recuou 4%. A Shell avançou depois que a produtora de energia registrou um lucro acima do esperado e anunciou uma recompra de ações de US$ 3,5 bilhões.

O iene japonês caiu até 1,1% em relação ao dólar, após um aumento na quarta-feira em Nova York. A nova queda sugere que os investidores estão céticos que as autoridades japonesas conseguirão impedir o enfraquecimento da moeda, dado o amplo diferencial de taxas de juros entre o Japão e os EUA.

O índice Hang Seng saltou mais de 2%, colocando-o a caminho de entrar em um bull market. O atrelamento da moeda de Hong Kong ao dólar americano está aumentando seu apelo como porto seguro em meio à ameaça de taxas de juros mais altas por mais tempo nos EUA.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Lula bate recorde em liberação de emendas em um único dia; 60% da verba da Saúde já é do Congresso

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Folha de S. Paulo: Rio Grande do Sul decreta calamidade pública após chuvas

O Globo: Governo acelera liberação de emendas da Saúde para tentar conter tensão com Congresso

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Valor Econômico: CSN fecha acordo de exclusividade para negociar InterCement Brasil e Argentina

5. Agenda

Brasil:

  • 10h: PMI Industrial S&P Global
  • 11h: Balança Comercial
  • 14h30: Fluxo Cambial Estrangeiro

Estados Unidos:

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  • 09h30: Pedidos Contínuos por Seguro-Desemprego; exportações; importações; pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego; produtividade do Setor Não Agrícola; Balança Comercial e Custo Unitário da Mão de Obra
  • 11h: Encomendas à Indústria (Mensal) (Mar): 1,6% (Expectativa: 1,4%)
  • 17h30: Balanço do Federal Reserve (Fed’s Balance Sheet)

Zona do Euro:

  • 17h15: Pronunciamento de Philip Lane, do BCE

-- Com informações da Bloomberg News.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.