Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quarta-feira

Investidores reagem às declarações de membros do Fed e dados econômicos na China, ao mesmo tempo em que esperam divulgação do Livro Bege nos EUA

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Bloomberg Línea — Em um dia mais movimentado de indicadores, as atenções recaem sobre as divulgações do Livro Bege, nos Estados Unidos, e do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) no Brasil. Falas de membros do Federal Reserve também serão acompanhadas de perto.

Ontem (16), Christopher Waller, membro do conselho do Fed, disse que o banco central americano pode cortar os juros neste ano na ausência de um repique inflacionário, mas enfatizou que a autoridade monetária precisa ser metódica e cautelosa com o ritmo da flexibilização, derrubando mercados no mundo todo.

Nesta quarta-feira (17) os investidores também reagem aos dados da economia da China, que ainda enfrenta grandes desafios devido às pressões deflacionárias e à crise imobiliária no início do ano, com investidores até agora pouco impressionados pelas políticas para manter o impulso econômico.

Hoje, o presidente da Argentina, Javier Milei, terá sua primeira participação no Fórum Econômico Mundial em Davos.

Confira a seguir cinco destaques desta quarta-feira (17):

1. IGP-10

O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) variou 0,42% em janeiro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). No mês anterior, a taxa havia sido 0,62%. Com esse resultado, o índice acumula queda de 3,20% em 12 meses. Em janeiro de 2023, o índice havia variado 0,05% no mês e acumulava alta de 4,27% em 12 meses.

“Combustíveis, açúcar e soja explicam a desaceleração do índice ao produtor, que registrou alta de 0,42%, aproximadamente metade da variação do mês anterior. Nesta edição, o óleo diesel atingiu o ápice do último reajuste autorizado pela Petrobras. Nas próximas apurações, o diesel terá uma contribuição menor para o arrefecimento da taxa do IPA”, escreve em nota André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV.

2. Economia da China decepciona

Os dados divulgados hoje na China apresentaram uma situação mista para a segunda maior economia do mundo, que atingiu a meta oficial de crescimento para o ano, mas não conseguiu se livrar de vários problemas que seguem pesando sobre a demanda interna e a confiança.

Uma série de indicadores para preços de moradias e gastos relacionados a propriedades decepcionaram, enquanto a deflação permanece obstinada. Um indicador de mudanças de preços em geral registrou seu período mais longo de declínios trimestrais desde a Crise Financeira Asiática em 1999.

“Os dados econômicos da China continuam a apontar para um consumo e serviços estáveis, mas com desafios aparentemente intermináveis no setor imobiliário”, disse Gary Ng, economista sênior da Natixis.

“Embora o quadro macro pareça um tanto resiliente, é cada vez mais uma questão de ver o copo meio cheio ou meio vazio para famílias, empresas e investidores em 2024″.

O índice MSCI China caiu enquanto o Hang Seng Index teve seu pior dia desde outubro, com fundos globais preocupados com uma desaceleração estrutural. Os rendimentos dos títulos do governo chinês de 10 anos têm sido negociados perto de uma mínima de duas décadas.

3. Mercados

Banqueiros centrais continuaram sua forte resistência às apostas do mercado para cortes nas taxas de juros, aprofundando um selloff global de ações e títulos.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e o membro do Conselho Governativo, Klaas Knot, alertaram nesta quarta-feira que apostas agressivas em cortes nas taxas de juros não estão ajudando os formuladores de políticas na batalha para conter a inflação.

As afirmações seguem os comentários de Christopher Waller, do Federal Reserve, que reforçou na terça (16) cautela no ritmo de flexibilização.

A precificação no mercado de swaps para um corte nas taxas do Fed em março caiu para cerca de 65% em relação a 80% na sexta-feira (12), enquanto os mercados monetários adiaram as apostas sobre o momento do primeiro corte de 0,25 ponto percentual do BCE para junho, em vez de abril.

Por volta das 8h40 (horário de Brasília), o índice Stoxx 600, da Europa, afundava mais de 1%. Em Wall Street, os contratos futuros do Nasdaq 100 caíam 0,6%. O rendimento do título do Tesouro americano de dois anos subiu quatro pontos-base para 4,27% e o dólar estendeu sua alta para o quarto dia.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Lula pediu a Haddad solução política para impasse da desoneração; via jurídica fica para último caso

Folha de S. Paulo: Elite no Brasil vê renda crescer até o triplo do observado entre o restante da população

O Globo: Mortes na Terra Yanomami e volta do garimpo colocam em xeque Ministério dos Povos Indígenas

Valor Econômico: Subsídio na conta de luz dobra em 5 anos e põe sistema em risco

5. Agenda

Estados Unidos:

  • 9h: Relatório Mensal da OPEP
  • 10h30: Vendas no Varejo
  • 11h: Discurso de Michelle Bowman, Membro do Fomc
  • 11h15: Produção Industrial
  • 12h: Estoques das Empresas
  • 15h: Leilão de títulos de 20 anos
  • 15h: Atlanta Fed GDPNow
  • 16h: Livro Bege
  • 17h: Discurso de John Williams, membro do Fomc
  • 18h30: Estoques de Petróleo Bruto Semanal API

Brasil:

  • 9h: Vendas no Varejo
  • 14h30: Fluxo Cambial Estrangeiro

Zona do Euro:

  • 12h15: Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE

-- Com informações da Bloomberg News.

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