Bloomberg — Os futuros das ações dos EUA e os títulos do Tesouro americano operam sem grandes variações nesta quarta-feira (14), o que sinaliza que o rali pode estar perdendo força.
Os contratos do S&P 500 operavam perto da estabilidade após o índice ter fechado no nível mais alto desde fevereiro. O dólar caiu 0,4% após uma fonte familiarizada com o assunto afirmar que os EUA e a Coreia do Sul discutiram suas políticas cambiais no início de maio. O rendimento dos Treasuries de 10 anos se manteve próximo de 4,46%.
Com a recuperação rápida das ações deixando o S&P 500 agora estável no acumulado do ano, estrategistas de Wall Street demonstram ceticismo sobre o espaço restante para mais altas.
Peter Oppenheimer, estrategista do Goldman Sachs, alertou que as ações continuam vulneráveis caso dados econômicos fracos reacendam os temores de recessão.
“Os investidores ficaram muito pessimistas em abril, perderam a recuperação do mercado e depois foram forçados a correr atrás”, disse Lilian Chovin, chefe de alocação de ativos no Coutts.
Com o foco se voltando para os efeitos das tarifas, ele está aproveitando o rali para realizar lucros e reduzir a exposição a ações.
O índice europeu Stoxx 600 recuou 0,5%. A Burberry saltou 9% após anunciar planos de cortar quase um quinto de sua força de trabalho.
A recuperação das ações ganhou impulso adicional nesta semana com o corte de tarifas comerciais entre EUA e China, a desaceleração da inflação americana e resultados corporativos acima do esperado.
A Nvidia Corp. liderava os ganhos das chamadas “Sete Magníficas” no pré-mercado nesta quarta-feira. A empresa anunciou que fornecerá chips para a Humain, empresa saudita de inteligência artificial, em um grande projeto de centro de dados.
Ainda assim, operadores demonstram cautela com a possibilidade de que o rali das ações tenha perdido fôlego e passam a voltar suas atenções para os efeitos de longo prazo da reconfiguração comercial dos EUA.
Jens Nordvig, fundador da Exante Data, afirmou que um mercado de baixa multianual para o dólar está apenas começando, impulsionado pelos esforços caóticos do governo Trump para reformular a economia americana.
Ao contrário dos especuladores que venderam rapidamente o dólar no mês passado após o aumento das tarifas, os investidores institucionais que compraram trilhões em ações e títulos dos EUA na última década ainda estão no processo de reequilibrar seus portfólios, disse ele.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (14 de maio):
- Desempenho do Nubank. O lucro líquido superou as estimativas e subiu 74% no primeiro trimestre, para US$ 557,2 milhões. Por outro lado, o lucro bruto de US$ 1,3 bilhão ficou abaixo das estimativas, o que, segundo o Nubank, ocorreu devido ao aumento das provisões para perdas de crédito e despesas com juros.
- PlayStation sob cerco. A Sony prevê um impacto de US$ 700 milhões dos impostos dos EUA no ano até março e espera um lucro operacional de 1,28 trilhão de ienes. Mesmo sem as tarifas, a projeção da Sony ficou aquém da estimativa média dos analistas, de 1,5 trilhão de ienes.
- Reestruturação da Burberry. A fabricante de artigos de luxo planeja cortar cerca de 1.700 empregos nos próximos dois anos, o equivalente a 18% de sua força de trabalho global. O plano da empresa com sede em Londres pode gerar uma economia de £ 60 milhões (US$ 80 milhões).

🔘 As bolsas ontem (13/05): Dow Jones Industrials (-0,64%), S&P 500 (+0,72%), Nasdaq Composite (+1,61%), Stoxx 600 (+0,12%), Ibovespa (+1,76%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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