Bloomberg — As ações globais recuavam na manhã desta quarta-feira (16) à medida que investidores começam a questionar se o mercado poderia sustentar as altas recentes, com um fluxo constante de manchetes negativas sobre tarifas e expectativas reduzidas de cortes nas taxas de juros dos EUA.
O S&P 500 apontava para uma segunda queda consecutiva, com os futuros com perdas de 0,20%. Na Europa, o Stoxx 600 caía também perto de 0,20%, prejudicado pelas ações de tecnologia, depois que a ASML Holding, de chips, reduziu sua perspectiva de crescimento para o próximo ano, citando as tensões comerciais. Um indicador das ações asiáticas ficou praticamente estável.
Os títulos do Tesouro dos EUA mantiveram-se estáveis. Os títulos “superlongos” do Japão se recuperaram após uma forte venda no início da semana, com os investidores avaliando o potencial de aumento dos gastos fiscais após a eleição da Câmara alta neste fim de semana.
A libra esterlina se fortaleceu com dados de inflação do Reino Unido mais fortes do que o esperado, enquanto o dólar caiu ligeiramente.
As ações europeias caíam pelo quarto dia consecutivo diante de uma série de resultados corporativos considerados decepcionantes.
O índice Stoxx Europe 600 recuava 0,2% às 8h17 em Londres, em sua mais longa sequência de perdas em um mês.
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As ações da francesa Renault caíram até 16%, a maior queda em mais de cinco anos, após a empresa ter reduzir sua projeção de margem operacional para o ano (veja mais abaixo).
A fabricante holandesa de equipamentos para chips ASML caiu 6,7% depois de revisar sua previsão de crescimento para o próximo ano devido a disputas comerciais.
O FTSE 100 do Reino Unido, com forte peso de exportadoras, teve desempenho superior ao do índice europeu mais amplo, à medida que a libra se fortaleceu após dados mostrarem uma alta inesperada da inflação para seu maior nível desde janeiro de 2024.
As ações europeias têm enfrentado dificuldades para atingir novas máximas nas últimas semanas devido à persistente incerteza em torno da guerra comercial dos EUA.
O presidente Donald Trump disse que provavelmente vai impor tarifas sobre produtos farmacêuticos já no fim deste mês, e que tarifas sobre semicondutores também poderão ser anunciadas em breve.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (16 de julho):
- Renault terá CEO interino. Duncan Minto, diretor financeiro, foi nomeado para comandar a montadora francesa no lugar de Luca de Meo, de saída para a Kering. As ações caíram 16% nesta quarta depois da redução do guidance de margem operacional neste ano, na maior queda desde a pandemia, em 2020.
- Cartier e Van Cleef & Arpels em alta. As vendas da divisão de joalheria da Richemont subiram 11% no segundo trimestre, acima das projeções de 8,6%, em sinal animador para o mercado de luxo. O grupo suíço como um todo teve alta de 6% nas vendas, igualmente acima do esperado.
- Putin faz novo ataque à Ucrânia. A Rússia realizou uma ofensiva massiva de ataques com drones em alvos civis e industriais de regiões centrais da Ucrânia, dois dias após críticas mais contundentes de Donald Trump ao líder russo pela falta de um acordo de cessar-fogo e em meio à visita do enviado dos EUA a Kiev.

🔘 As bolsas ontem (15/07): Dow Jones Industrials (-0,98%), S&P 500 (-0,40%), Nasdaq Composite (+0,18%), Stoxx 600 (-0,37%), Ibovespa (-0,04%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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