Bloomberg — As ações globais operam em alta nesta sexta-feira (16), à medida que o alívio nas tensões comerciais entre EUA e China impulsiona o apetite por ativos de risco e os investidores apostam que o Federal Reserve atuará para evitar uma recessão.
Os contratos futuros do S&P 500 avançaram 0,3%, após o índice acumular alta de 4,5% na semana até a quinta-feira, com os dados econômicos mais recentes alimentando especulações de que o Fed cortará os juros duas vezes este ano.
O índice europeu Stoxx 600 também subiu, caminhando para a quinta semana consecutiva de ganhos.
As ações americanas voltaram a ganhar força após a redução das tensões comerciais entre EUA e China. Estão sendo negociadas como se a turbulência do mês passado nunca tivesse ocorrido, embora ainda haja incertezas sobre os efeitos das tarifas na economia americana e os rumos da guerra comercial global nos próximos meses.
“Por ora, acreditamos que o caminho de menor resistência ainda é de alta para os ativos de risco”, disse Mohit Kumar, economista-chefe e estrategista da Jefferies International.
“Devemos começar a adotar uma postura um pouco mais cautelosa entre junho e julho, quando esperamos que os dados concretos comecem a enfraquecer.”
O dólar caiu pelo segundo pregão consecutivo frente às principais moedas, com o iene e o franco suíço entre os beneficiados.
O rendimento dos Treasuries de 10 anos recuou após cair 10 pontos-base na quinta-feira, com o aumento das apostas em cortes de juros pelo Fed.
Ainda nesta sexta-feira, investidores estarão atentos às negociações sobre o orçamento dos EUA, com promessas de cortes expressivos de impostos e o impacto potencial disso no déficit fiscal.
Entre os destaques individuais na Europa, as ações da Richemont saltaram 5,5% após a dona da Cartier registrar aumento nas vendas. Mais cedo, na Ásia, os papéis do Alibaba caíram até 6,7% após a receita trimestral decepcionar.
Em outro ponto do globo, a economia do Japão encolheu pela primeira vez em um ano, evidenciando sua vulnerabilidade mesmo antes de sentir plenamente os impactos das tarifas do governo Trump.
O iene subiu 0,2% nesta sexta-feira, negociado em torno de 145 por dólar. O dirigente do Banco do Japão Toyoaki Nakamura, considerado o mais dovish do comitê, alertou contra uma elevação prematura da taxa básica de juros.
No mercado de commodities, o ouro recuou, ampliando as perdas semanais em meio à menor demanda por ativos de proteção.
Os preços do petróleo também caíram após o ministro das Relações Exteriores do Irã lançar dúvidas sobre o status das negociações nucleares com os EUA.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de sexta-feira (16 de maio):
- Economia americana. O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que espera uma desaceleração da economia dos EUA neste ano, mas não uma recessão, e reiterou sua projeção de um corte de juros em 2025. Bostic afirmou que o crescimento econômico pode ficar entre 0,5% e 1% em 2025.
- Demanda do luxo. A Richemont registrou aumento nas vendas do ano fiscal, impulsionada pela forte demanda por sua marca de joias Cartier, o que tornou o grupo suíço mais resiliente do que rivais como a LVMH. As vendas da divisão de joias cresceram 8% no período, acima da expectativa dos analistas.
- Corrida por acordos comerciais. Japão, Índia e China estão na dianteira para fechar um acordo comercial de longo prazo com os Estados Unidos, enquanto Singapura e Austrália também têm chance assumir a liderança, escreveu Frederic Neumann, economista-chefe para a Ásia do HSBC, em nota a clientes.

🔘 As bolsas ontem (15/05): Dow Jones Industrials (-0,21%), S&P 500 (+0,10%), Nasdaq Composite (+0,72%), Stoxx 600 (-0,24%), Ibovespa (-0,39%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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