Ações globais sobem com expectativa de cortes mais rápidos nos juros pelo Fed

A expectativa dos investidores é que os dados de emprego a serem divulgados nesta sexta-feira mostrem a criação de 75 mil vagas em agosto, o nível mais baixo desde 2020, o que reforçaria a tese de cortes de juros mais rápidos pelo Fed

NO RADAR DOS MERCADOS

Por Naiara Albuquerque

04 de Setembro, 2025 | 06:54 AM

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Bloomberg — As ações globais operam em alta nesta quinta-feira (4), à medida que os traders aumentaram as apostas em um ritmo mais rápido de cortes de juros pelo Federal Reserve.

Os futuros do S&P 500 subiram 0,1% antes da divulgação do relatório de empregos na sexta-feira. Os Treasuries registraram pequenos ganhos, com o rendimento dos papéis de 10 anos caindo um ponto-base para 4,20%. O dólar ficou estável.

Na Europa, o Stoxx 600 subiu 0,2% e os títulos avançaram quase de forma generalizada.

Já a liquidação das ações chinesas se aprofundou após reportagem da Bloomberg apontar que os reguladores podem agir para esfriar um rali que acrescentou US$ 1,2 trilhão desde agosto.

Os traders adotam cautela após dias de oscilações em ações e títulos motivadas por preocupações com avaliações esticadas e finanças públicas.

Com os dados continuando a mostrar fragilidade no mercado de trabalho, os contratos de swap indicam que os traders já precificam quase totalmente um corte de 0,25 ponto percentual neste mês e estão divididos sobre a possibilidade de outro em outubro.

Até quarta-feira, a maioria só esperava um segundo corte em dezembro.

“Um corte em setembro é dado, mas não temos fortes convicções para além disso”, disse Fabien Benchetrit, chefe de alocação de portfólio para França e sul da Europa no BNP Paribas Asset.

“Quanto às ações, estamos atentos a oportunidades e buscaríamos uma fraqueza temporária para reforçar nossas posições.”

Economistas projetam a criação de cerca de 75 mil vagas em agosto, segundo a mediana de uma pesquisa da Bloomberg, enquanto a taxa de desemprego deve ficar em 4,3%. Quatro meses seguidos de criação de menos de 100 mil postos marcariam o período mais fraco desde o início da pandemia em 2020.

Nos mercados de commodities, o petróleo caiu pelo segundo dia, em meio ao temor de que a Opep+ possa aumentar a oferta e após estimativa da indústria indicar maiores estoques em um centro de armazenamento importante.

O Brent, referência global, caiu para abaixo de US$ 67 o barril, enquanto o West Texas Intermediate se aproximou de US$ 63.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de quinta-feira (04 de setembro):

- RedNote ganha tração.A avaliação da empresa que ficou conhecida como a rival do TikTok subiu 19% em três meses e somou US$ 31 bilhões em transações recentes ligadas a um fundo da GSR Ventures, que representa 92% dos ativos. A rede social chinesa ganhou tração após sinais de apoio do governo a empresas privadas.

- Salesforce frustra com IA.A empresa projeta uma receita de até US$ 10,3 bilhões para o trimestre, o que ficou abaixo das expectativas de aceleração com IA. O produto Agentforce soma 6.000 contratos pagos desde o lançamento, mas ainda enfrenta adoção lenta nas grandes empresas. As ações caíram quase 7% no pré-mercado.

- Novo patamar para o ouro?O Goldman Sachs projeta que o metal precioso pode atingir US$ 5.000 a onça diante de um cenário em que a independência do Fed é abalada e parte dos investimentos em Treasuries migre para o metal. O cenário base do banco prevê alta para US$ 4.000 até meados de 2026. No ano, o ouro já subiu 30%.