Bloomberg — As ações globais operam em alta nesta quinta-feira (18), após o Federal Reserve ter feito o primeiro corte de juros do ano e sinalizado que mais reduções devem ocorrer em breve.
Os contratos do S&P 500 subiram 0,7% nesta quinta-feira após horas voláteis que seguiram a decisão do Fed de reduzir a taxa em 0,25 ponto percentual na sessão anterior.
Os títulos do governo americano se recuperaram, com o rendimento da T-note de 10 anos caindo quatro pontos-base para 4,05%. O dólar avançou ligeiramente, estendendo os ganhos pós-Fed.
Os mercados se mostraram agitados logo após a decisão. Os investidores ponderaram entre a projeção de duas reduções adicionais em 2025 e o alerta do presidente Jerome Powell de que “não existem caminhos sem risco”, enquanto o Fed busca apoiar o emprego e conter a inflação.
“O ‘front-loading’ provavelmente é a parte mais importante de tudo isso”, disse Michael Brown, estrategista de pesquisa da Pepperstone Group.
“Se a fraqueza do mercado de trabalho persistir, então o Fed continuará a cortar. O pano de fundo monetário deve ficar muito mais acomodatício, muito mais cedo.”
O Dot Plot de setembro do Fed
As ações mais sensíveis a juros estavam entre as maiores altas nas negociações iniciais, com a Tesla na liderança do grupo das “Sete Magníficas” da tecnologia.
O setor tem sustentado a recuperação do S&P 500 para máximas históricas, enquanto a perspectiva de juros mais baixos também impulsiona empresas menores. Os futuros do Russell 2000 subiram mais de 1%.
“O ‘Fed-put’ voltou à ativa”, disse Stephan Kemper, estrategista-chefe de investimentos do BNP Paribas Wealth Management.
“Cortar juros com a inflação nesse nível é uma medida incomum. O mercado parece assumir que o Fed, de certa forma, decidiu qual parte do seu duplo mandato está disposto a sacrificar.”
Atenção dos investidores também está voltada nesta quinta-feira para a decisão do Banco da Inglaterra, marcada para o meio-dia em Londres.
A expectativa é que os dirigentes mantenham a taxa de referência em 4% e fechem a porta para novos cortes em 2025, já que a inflação segue elevada.
Economistas e investidores também esperam que o BoE reduza seu programa de aperto quantitativo, em meio à preocupação de que a venda de gilts tenha aumentado a volatilidade no mercado de títulos.
Mais cedo, o banco central da Noruega promoveu sua segunda redução de juros no ano, mas sinalizou que pode ser cauteloso em avançar com novos cortes diante da inflação persistente.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de quinta-feira (18 de setembro):
- Roche avança contra obesidade. A farmacêutica vai adquirir a biofarmacêutica 89bio por até US$ 3,5 bilhões, em um movimento que reforça sua aposta no mercado de obesidade e doenças relacionadas. O negócio, previsto para ser concluído no 4º trimestre de 2025, e coloca a Roche na disputa com Novo Nordisk e Eli Lilly.
- Huawei acirra disputa contra a Nvidia. A companhia lançou a tecnologia SuperPod, capaz de conectar até 15.488 placas gráficas com chips Ascend, em busca de compensar a menor potência individual de seus chips frente à Nvidia por meio de computação em larga escala. Novos modelos de chips de IA serão anunciados até 2028.
- Hyundai ajusta expectativas. A montadora sul-coreana elevou sua previsão de receita para 2025 em até 6%, mas reduziu a meta de margem operacional para até 7% diante do aumento de investimentos nos EUA para driblar as tarifas. A meta é vender 5,55 milhões de veículos por ano até 2030, sendo 60% eletrificados.

🔘 As bolsas ontem (17/09): Dow Jones Industrials (+0,57%), S&P 500 (-0,10%), Nasdaq Composite (-0,33%), Stoxx 600 (-0,03%), Ibovespa (+1,06%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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©2025 Bloomberg L.P.
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