Bloomberg — As ações globais operam em alta nesta sexta-feira (5) diante do otimismo dos investidores de que os dados de emprego (payroll) podem reforçar a perspectiva de cortes de juros pelo Fed.
Os futuros do S&P 500 subiram 0,2% após o índice de referência dos EUA atingir uma nova máxima histórica. Os contratos do Nasdaq ganharam 0,5%.
A Broadcom disparou 7% no início do pregão após fechar um acordo com a OpenAI para criar um chip de inteligência artificial.
Os Treasuries americanos tiveram pouca variação, com o rendimento de dois anos no nível mais baixo em quase um ano. O dólar caminhava para seu pior desempenho nesta semana.
Na Europa, o Stoxx 600 subiu 0,2%. Os títulos soberanos se mantiveram estáveis depois que uma pesquisa indicou que o Banco Central Europeu encerrou o ciclo de cortes de juros. O euro avançou 0,3%.
Os investidores estão otimistas antes da divulgação do payroll de hoje, com a expectativa de que ele traga um equilíbrio: um mercado de trabalho mais fraco, que abra espaço para afrouxamento monetário sem comprometer a confiança na força da economia. Uma surpresa maior em qualquer direção pode desestabilizar os mercados.
“É improvável que a divulgação de hoje mostre uma fraqueza tão acentuada que force o Fed a acelerar seus planos de flexibilização”, escreveu Max McKechnie, estrategista global de mercado da JPMorgan Asset Management.
“Em vez disso, os investidores devem se concentrar na taxa de desemprego e no crescimento dos salários para ter uma noção mais clara dos próximos passos do Fed.”
A expectativa para o payroll que será divulgado nesta sexta-feira veio acompanhada de uma série de dados que sinalizam desaceleração no mercado de trabalho.
O presidente do Fed, Jerome Powell, abriu cautelosamente a porta para um primeiro corte de juros em 2025 em seu discurso em Jackson Hole, citando riscos para o mercado de trabalho mesmo com a persistência das preocupações inflacionárias.
A projeção é de que o payroll de agosto cresça cerca de 75 mil vagas, estendendo uma sequência de quatro meses de geração de empregos abaixo de 100 mil. A taxa de desemprego deve subir para 4,3%, a mais alta desde 2021.
Os mercados monetários já precificam totalmente um corte de 0,25 ponto pelo Fed neste mês e ao menos dois até o fim do ano.
Alguns investidores, porém, abordam a divulgação com cautela após revisões recentes mostrarem um crescimento bem mais fraco do que o anteriormente reportado.
As revisões, publicadas junto com o relatório de julho, também levaram o presidente dos EUA, Donald Trump, a demitir abruptamente o chefe do Bureau of Labor Statistics, levantando preocupações sobre a integridade dos dados daqui para frente.
“A diferença entre um relatório ‘bom’ e ‘ruim’ pode ser de apenas alguns milhares de empregos”, escreveu Julien Lafargue, estrategista-chefe do Barclays Private Bank. Ainda assim, “seria necessário um payroll significativamente mais forte do que o esperado para desafiar a visão predominante do mercado.”
Veja a seguir outros destaques desta manhã de sexta-feira (05 de setembro):
- Airbus sob pressão.A fabricante de aviões terá de acelerar o ritmo de entregas para cerca de 100 aviões por mês até o fim de 2025 para alcançar a meta anual de 820 unidades, após registrar 434 até agosto. A empresa ainda lida com gargalos na produção, como a falta de motores, que resultaram em aeronaves paradas.
- Investidores pressionam a Nestlé.A companhia enfrenta a maior crise de governança em décadas após a demissão do CEO Laurent Freixe por má conduta. O episódio colocou o presidente do conselho, Paul Bulcke, sob pressão e levantou dúvidas entre investidores sobre sua responsabilidade na escolha de líderes.
- Intel à prova em 2026.A empresa disse que 2026 será decisivo para definir se avançará com o processo de fabricação da tecnologia 14A, peça central de sua estratégia de recuperação. Segundo o CFO, Dave Zinsner, o investimento só ocorrerá se houver compromissos de clientes externos.

🔘 As bolsas ontem (04/09): Dow Jones Industrials (+0,77%), S&P 500 (+0,83%), Nasdaq Composite (+0,98%), Stoxx 600 (+0,61%), Ibovespa (+0,81%)
→ Assine a newsletter matinal Breakfast, uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque em negócios e finanças no Brasil e no mundo.
-- Com informações da Bloomberg News.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também:
De ‘loja-modelo’ a colaboração global: os bastidores da entrada da H&M no Brasil
©2025 Bloomberg L.P.
© 2025 Bloomberg L.P.