Bloomberg — As ações globais operam em queda nesta terça-feira (14) depois que a China elevou o tom na disputa comercial com os EUA com novas sanções no transporte marítimo.
O gigante asiático sancionou as unidades norte-americanas de uma gigante sul-coreana do setor de transportes marítimos e ameaçou outras medidas de retaliação contra o setor.
Os futuros do S&P 500 recuaram 0,7% e os do Nasdaq 100 caíram 0,9%, após Pequim impor restrições a cinco entidades americanas ligadas a um dos maiores estaleiros da Coreia do Sul e ameaçar novas retaliações.
O índice MSCI da Ásia caiu pelo terceiro pregão consecutivo — sua maior sequência de perdas desde agosto — enquanto as ações europeias recuaram 0,4%.
Os movimentos desta terça-feira marcam o terceiro dia de volatilidade, com o medo de uma escalada nas tensões EUA–China voltando ao centro das atenções. O S&P 500 ainda acumula alta de mais de 30% desde a mínima de abril, impulsionado pelo otimismo com a inteligência artificial e a retomada dos cortes de juros nos EUA.
O iene liderou os ganhos entre as principais moedas, à medida que partidos de oposição no Japão avaliam uma tentativa de derrubar o governista Partido Liberal Democrata.
O índice Nikkei 225 chegou a cair 3,2%, enquanto os rendimentos de curto prazo recuaram diante da menor probabilidade de alta de juros. O ouro oscilou e a prata recuou após atingir uma máxima histórica.
Os investidores agora voltam as atenções para o início não oficial da temporada de balanços, com JPMorgan, Goldman Sachs e Citigroup divulgando resultados antes da abertura de Nova York. Nesta rodada, o mercado busca sinais sobre a sustentação dos gastos em IA e os efeitos das tarifas comerciais.
“A escalada comercial com a China claramente abalou os mercados”, disse Florian Ielpo, chefe de macroeconomia da Lombard Odier Investment Managers. “Com as avaliações elevadas tornando os mercados vulneráveis, a volatilidade deve continuar.”
Além das preocupações comerciais, o salto nas ações de IA alimenta temores de bolha. Em uma pesquisa do Bank of America de outubro, 54% dos investidores disseram que as avaliações do setor de tecnologia parecem excessivas, e a preocupação com os preços das ações globais atingiu um recorde.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de terça-feira (14 de outubro):
- Gol fecha capital no Brasil. A companhia informou na noite desta segunda-feira (13) uma mudança societária que resultará no fechamento do capital no Brasil. “A incorporação ocorre com o objetivo de reorganizar as operações da Companhia, buscar sinergias e reduzir seus custos”, disse a Gol, em fato relevante enviado à CVM.
- Rio Tinto aumenta aposta no cobre. A empresa aumentou sua produção de cobre em 10% no 3º trimestre. A produção de Escondida, no Chile, cresceu 9% nos três meses até setembro. Grandes mineradoras ampliam a aposta no cobre diante da maior demanda do metal em energia renovável e data centers.
- Novo patamar para a prata. O metal atingiu a máxima histórica de US$ 53,55 por onça em Londres nesta terça-feira (14), com impulso pela busca global por ativos considerados mais seguros. Analistas do Goldman Sachs alertam, porém, para o risco de uma correção diante da baixa liquidez.

🔘 As bolsas ontem (13/10): Dow Jones Industrials (+1,29%), S&P 500 (+1,56%), Nasdaq Composite (+2,21%), Stoxx 600 (+0,44%), Ibovespa (+0,78%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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