Ações globais operam em queda enquanto investidores avaliam trégua entre EUA e China

“Os mercados veem isso como uma trégua tática, e não como um acordo de longo prazo, o que significa que o cenário de médio prazo pode continuar volátil”, disse Anna Wu, estrategista da Van Eck Associates

NO RADAR DOS MERCADOS
30 de Outubro, 2025 | 06:51 AM

Bloomberg — As ações globais operam em queda nesta quinta-feira (30), após Donald Trump e Xi Jinping anunciarem uma pausa de um ano nas tarifas entre os dois países.

Os contratos do S&P 500 tiveram pouca variação depois que o presidente americano disse ter tido uma “reunião incrível” com Xi e que reduziria as tarifas relacionadas ao fentanil.

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A China anunciou que suspenderá por um ano os controles sobre terras raras e que os EUA concordaram em estender a suspensão das tarifas recíprocas pelo mesmo período, entre outras concessões.

Um índice de ações asiáticas recuou 0,4% após atingir uma máxima recorde na quarta-feira. As ações na China continental caíram 0,7%, enquanto o índice Topix, no Japão, subiu 0,7% após o Banco do Japão manter sua taxa básica de juros. As ações europeias operavam ligeiramente em queda.

“Os mercados veem isso como uma trégua tática, e não como um acordo de longo prazo, o que significa que o cenário de médio prazo pode continuar volátil”, disse Anna Wu, estrategista da Van Eck Associates.

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Os investidores especulavam que a reunião entre EUA e China ajudaria a aliviar a maior disputa comercial do mundo e a estabilizar os mercados após meses de tensão. Desde o colapso provocado pelas tarifas em abril, as ações globais subiram a níveis recordes, impulsionadas pelo otimismo em torno da inteligência artificial e pelos sinais de flexibilização monetária do Federal Reserve.

O banco central cortou sua taxa básica em um quarto de ponto na quarta-feira, mas alertou que outro corte em dezembro não está garantido.

Trump também disse ter discutido o acesso da China aos chips da Nvidia Corp., mas indicou que não concederá acesso à linha mais avançada, a Blackwell.

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Em outros segmentos do mercado, um índice do dólar e os títulos do Tesouro americano tiveram pouca variação. O iene enfraqueceu, aproximando-se de 153 por dólar, enquanto o ouro subiu 0,9%.

Na Europa, a economia da França cresceu inesperadamente no ritmo mais rápido desde 2023, aliviando temores de perda de fôlego diante de uma nova onda de turbulência política.

Mais cedo, o Federal Reserve realizou o segundo corte consecutivo de juros para apoiar o mercado de trabalho em desaceleração e anunciou que deixará de reduzir seu portfólio de ativos a partir de 1º de dezembro. O diretor Stephen Miran votou novamente por um corte maior, enquanto o presidente do Fed de Kansas City, Jeff Schmid, disse preferir não reduzir os juros.

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Veja a seguir outros destaques desta manhã de quinta-feira (30 de outubro):

- Trégua comercial para a soja. Donald Trump disse que a China começará a comprar grandes volumes de soja, sorgo e outros produtos agrícolas dos EUA após reunião com Xi Jinping. Os contratos de soja em Chicago caíam 2,2% nesta manhã, com investidores ainda céticos diante da falta de detalhes sobre volumes ou prazos.

- Shell acima das projeções. O lucro líquido ajustado da empresa do terceiro trimestre caiu cerca de 10% em relação ao ano anterior, para US$ 5,43 bilhões, acima da estimativa média dos analistas de US$ 4,74 bilhões. O CEO Wael Sawan destacou o avanço em portfólio e operações no Golfo do México e no Brasil.

- IPO da OpenAI. A companhia se prepara para abrir capital já em 2026, em uma oferta que pode avaliá-la em até US$ 1 trilhão, segundo informações da Reuters. A empresa foi recentemente avaliada em US$ 500 bilhões e tem buscado novos recursos após reestruturar sua governança para viabilizar um IPO.

Ações globais 30/10/25
🔘 As bolsas ontem (29/10): Dow Jones Industrials (-0,16%), S&P 500 (-0,01%), Nasdaq Composite (+0,55%), Stoxx 600 (-0,06%), Ibovespa (+0,82%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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