Ações globais operam em alta com sinais de trégua EUA-China; Kering sobe 4%

Bloomberg — As ações globais operam em alta nesta segunda-feira (20), com sinais de alívio nas tensões comerciais, o que ajuda a melhorar o sentimento após a volatilidade provocada por preocupações com bancos regionais dos EUA.

O índice europeu Stoxx 600 subiu 0,8%, liderado por bancos. Entre os destaques, a Kering avançou mais de 4% após concordar em vender sua divisão de beleza para a L’Oréal SA.

As ações do setor de defesa dispararam depois que o conflito em Gaza reacendeu no fim de semana, com a Rheinmetall subindo mais de 4%.

A construtora de submarinos TKMS disparou em sua estreia na bolsa de Frankfurt após ser desmembrada da Thyssenkrupp, em meio ao boom de defesa na Europa.

Os futuros das ações dos EUA apontaram novos ganhos para o S&P 500 e o Nasdaq 100, após ambos encerrarem a semana em alta. O índice MSCI de ações da Ásia-Pacífico avançou 1,8%, enquanto o índice de mercados emergentes subiu 1,4%.

Os títulos franceses caíram após a S&P Global Ratings rebaixar a nota de crédito soberano do país. Os Treasuries e o dólar ficaram estáveis. O ouro manteve a forte queda de sexta-feira, enquanto o petróleo recuou após registrar a terceira baixa semanal consecutiva.

O sentimento dos investidores melhorou depois que o presidente Donald Trump buscou aliviar as tensões comerciais com a China na sexta-feira, após os mercados serem abalados por problemas de crédito em bancos regionais dos EUA.

Resultados sólidos desses bancos ajudaram a reduzir temores sobre a qualidade do crédito. Uma nova rodada de negociações comerciais entre EUA e China está marcada para esta semana na Malásia, com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, encarregados de tentar reduzir medidas de escalada.

“O impasse comercial entre EUA e China parece estar se amenizando, com comentários conciliatórios de ambos os lados”, disse Mohit Kumar, economista-chefe e estrategista da Jefferies International.

“Continuaremos monitorando cuidadosamente as condições de liquidez e as exposições ao crédito privado nos próximos dias e semanas, mas isso não é motivo de preocupação. Nossa visão mais ampla continua otimista no médio prazo, e estamos buscando alguma correção no curto prazo para aumentar nossas posições.”

Questionado pela Fox News no domingo sobre sua ameaça de elevar em 100% as tarifas sobre produtos chineses, Trump disse que a taxa “não é sustentável”, embora “pudesse se manter”. Ele acrescentou que os EUA “ficarão bem” com a China. Bessent teve uma reunião virtual com He na sexta-feira, que a mídia estatal chinesa descreveu como uma troca construtiva de opiniões.

As ações sinalizaram uma tentativa de Washington de acalmar os temores de uma guerra comercial total com a China, que poderia ter um impacto sísmico na economia global.

“Há uma crença predominante de que as notícias sobre o comércio EUA-China continuarão tendendo para um desfecho positivo”, escreveu Chris Weston, chefe de pesquisa do Pepperstone Group, em nota a clientes.

De um adiado relatório de inflação dos EUA referente a setembro a uma reunião partidária de alto nível na China e uma semana movimentada de balanços — incluindo os de Netflix e Tesla —, os investidores terão uma agenda cheia. O índice de preços ao consumidor de setembro, originalmente previsto para 15 de outubro, será divulgado agora na sexta-feira.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de segunda-feira (20 de outubro):

- Kering reduz aposta em beleza. A companhia venderá sua divisão de beleza para a L’Oréal por € 4 bilhões, em um movimento que marca a primeira grande decisão do novo CEO Luca de Meo. O acordo inclui licenças de longo prazo para fragrâncias de marcas como Gucci, Balenciaga e Bottega Veneta.

- A visão do Carlyle para os mercados. O CEO Harvey Schwartz disse que a volatilidade recente nos mercados de crédito é motivo de atenção, mas não vê sinais de deterioração econômica. Ele afirmou que as empresas do portfólio seguem crescendo e o emprego permanece estável, apesar da inflação instável.

- iPhone 17 supera estreia do modelo anterior. As vendas superaram as do iPhone 16 em 14% nos primeiros 10 dias nos EUA e na China, segundo a Counterpoint Research. O iPhone 17 Pro Max também registra forte demanda, especialmente nos EUA, por usuários que buscam uma nova versão do produto após a pandemia.