Ações globais operam em alta com maior expectativa de corte de juros pelo Fed

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Bloomberg — As ações globais operam em alta nesta segunda-feira (4), com a expectativa de que o Federal Reserve entre em cena com cortes de juros após a divulgação, na sexta-feira, de dados abaixo do esperado sobre o mercado de trabalho dos EUA.

Os contratos futuros do S&P 500 subiram 0,6%, após o índice registrar sua maior queda desde maio na sexta-feira.

Na Europa, o índice Stoxx 600 da Europa avançou cerca de 0,5%. O setor bancário liderou os ganhos depois que os credores do Reino Unido obtiveram uma vitória importante em um caso-chave sobre financiamento automotivo, com as ações do Lloyds Banking disparando mais de 7%.

O índice de referência da bolsa suíça, no entanto, recuou com a reabertura dos mercados após um feriado, refletindo preocupações com o impacto da tarifa punitiva de 39% sobre exportações imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e com a pressão para que farmacêuticas reduzam os preços de medicamentos.

A forte queda de sexta-feira em Wall Street — impulsionada pelo aumento do desemprego nos EUA e pela desaceleração na criação de empregos — elevou as apostas em um corte de juros por parte do Fed para sustentar a economia.

Os investidores correram para os Treasuries, apesar das preocupações com o efeito inflacionário das tarifas de Trump, que têm mantido os formuladores de política em postura mais cautelosa.

“Estamos comprados em correções e otimistas para os próximos 12 meses”, escreveram estrategistas de ações do Morgan Stanley liderados por Michael Wilson em uma nota.

“Acreditamos que o Fed eventualmente fará a transição para cortes. Sexta-feira pode ter sido o único movimento de baixa por ora — até que novos dados fracos de emprego ou de crescimento comecem a surgir.”

Os Treasuries devolveram parte dos ganhos da semana passada, com os rendimentos dos títulos de 10 anos subindo três pontos-base, para 4,25%. Na sexta-feira, o rendimento desses papéis havia caído 16 pontos-base, enquanto os títulos de dois anos — mais sensíveis à política monetária — recuaram 28 pontos-base.

O dólar operava estável após um indicador que mede sua força cair 0,9% na sexta-feira.

Os contratos overnight-indexed swaps sinalizavam mais de 80% de probabilidade de um corte de juros no próximo mês e precificavam completamente mais um corte até o fim do ano. Alguns participantes do mercado já esperam que o Fed reduza os juros em 50 pontos-base, o dobro do ritmo habitual.

“Setembro está praticamente garantido para um corte — e pode até ser de 50 pontos-base para compensar o tempo perdido”, disse Jamie Cox, do Harris Financial.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de segunda-feira (4 de agosto):

- Nova fronteira para a BP. A companhia fez a sua maior descoberta de petróleo e gás em 25 anos após perfurar um poço no campo de Bumerangue, na Bacia de Santos, a cerca de 400 km do Rio de Janeiro. Eles identificaram uma coluna de 500 metros de petróleo e gás em uma área equivalente a cinco vezes o tamanho de Manhattan.

- Sob efeito das tarifas. Empresas europeias e asiáticas têm trocado os bancos de Wall Street por instituições regionais, como o BNP e o Deutsche Bank diante da retórica comercial dos EUA. A mudança reflete busca por menor risco e maior alinhamento local. Na Ásia, a troca de parceiros bancários também se intensifica.

- Xiaomi avança na IA de voz. A empresa lançou o MiDashengLM-7B, um modelo de voz de código aberto para carros e eletrodomésticos inteligentes, em uma estratégia para ampliar sua atuação em inteligência artificial. Grandes empresas chinesas, como Alibaba e Tencent, também aceleram o desenvolvimento de IA para competir globalmente.