Bloomberg — As ações europeias operam em queda nesta segunda-feira (6), após a renúncia do primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu.
Os bancos franceses Societe Generale, Crédit Agricole e BNP Paribas lideraram as quedas no índice Stoxx Europe 600, à medida que o rendimento dos títulos de 10 anos da França subiu.
O primeiro-ministro Sébastien Lecornu renunciou apenas um dia depois de o presidente Emmanuel Macron anunciar um novo gabinete, aprofundando a crise política do país. O euro caiu frente ao dólar.
A saída de Lecornu ocorre após seus dois antecessores enfrentarem o mesmo problema: aprovar um orçamento em um parlamento fragmentado que inclui cortes de gastos impopulares e aumentos de impostos necessários para conter o maior déficit da zona do euro — o que aumenta a incerteza sobre as perspectivas da segunda maior economia da região.
Em outros mercados, os futuros das ações dos EUA subiram, com investidores apostando que a resiliência da economia e o afrouxamento monetário do Federal Reserve continuarão a sustentar os lucros corporativos e o boom nos gastos com inteligência artificial.
As ações no Japão dispararam e o iene despencou após a eleição de uma líder pró-estímulo.
Os contratos do S&P 500 avançaram cerca de 0,3% depois de o índice ter ganho mais de 1% na semana passada, apesar da paralisação do governo americano, que atrasou a divulgação de dados econômicos importantes.
Os futuros do Nasdaq 100 subiram cerca de 0,5%.
O rendimento dos Treasuries de 10 anos aumentou cerca de três pontos-base, e o índice do dólar teve alta.
Vários indicadores do setor privado divulgados na semana passada apontaram para um mercado de trabalho americano mais fraco e uma moderação na demanda — sem, contudo, gerar alarme sobre o crescimento econômico.
Isso deixou os traders confiantes de que o Fed fará outro corte de 0,25 ponto percentual em outubro, permitindo-lhes ignorar a paralisação do governo e o risco de demissões no funcionalismo público.
“O cenário-base continua sendo de crescimento lento, porém estável, desinflação contínua e um ciclo gradual de cortes de juros pelo Fed até o fim do ano”, disse Linh Tran, analista de mercado da XS.com. “Nesse contexto, espera-se que o S&P 500 mantenha uma trajetória ascendente moderada, apoiada pela melhora dos lucros corporativos, valorizações estáveis e fluxos institucionais persistentes.”
Enquanto isso, a paralisação do governo dos EUA, iniciada na quarta-feira, tem levado investidores a buscarem ativos considerados mais seguros em uma operação que o mercado passou a chamar de “debasement trade” (aposta na desvalorização cambial).
O ouro ultrapassou US$ 3.900 a onça, um novo patamar recorde. O bitcoin também atingiu uma nova máxima histórica no fim de semana.
O petróleo avançou depois de a OPEP+ concordar no domingo em retomar apenas 137 mil barris por dia de oferta interrompida — um ritmo mais lento do que no início do ano.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de segunda-feira (6 de outubro):
- Boeing acelera produção. A fabricante de aviões americana planeja elevar a produção do 737 Max para 42 jatos por mês a partir de outubro, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto que falaram à Bloomberg News. A meta é atingir cerca de 53 unidades mensais até o fim de 2026.
- Importação de arroz. As Filipinas pretendem estender até abril a proibição de importação de arroz, medida que busca proteger os produtores locais e deve manter os preços globais sob pressão. A decisão ocorre em meio à expectativa de safra recorde global e queda dos preços de referência na Ásia para o menor nível em oito anos.
- Estreia da LG na bolsa da Índia. O IPO de US$ 1,3 bilhão da subsidiária indiana da LG Electronics atraiu fundos soberanos de Abu Dhabi, Noruega e Singapura, além de gestoras como BlackRock e Fidelity. A oferta pode avaliar a unidade a uma avaliação de cerca de US$ 8,7 bilhões, abaixo dos US$ 15 bilhões inicialmente estimados.

🔘 As bolsas na sexta-feira (03/10): Dow Jones Industrials (+0,51%), S&P 500 (+0,01%), Nasdaq Composite (-0,28%), Stoxx 600 (+0,50%), Ibovespa (+0,17%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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©2025 Bloomberg L.P.
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