Ações asiáticas se preparam para abertura mista após rali nos EUA perder força

Futuros de ações na Austrália e em Hong Kong indicaram ganhos no início das negociações na Ásia, enquanto os contratos no Japão e na China continental sinalizaram perdas

Australia's Morrison to Secure Majority as Shares Rally on Win
Por Matthew Burgess
19 de Novembro, 2023 | 08:16 PM

Bloomberg — As ações asiáticas estão prontas para uma abertura mista nesta manhã de segunda-feira (20) no Oriente depois que um rali de US$ 2,7 trilhões nas ações dos Estados Unidos, impulsionado por apostas de que o Federal Reserve encerrará seu ciclo de alta dos juros, aparenta perder força.

O dólar avançou contra a maioria dos principais pares. Os futuros de ações na Austrália e em Hong Kong indicaram ganhos no início das negociações na Ásia, enquanto os contratos no Japão e na China continental sinalizaram perdas. O S&P 500 ultrapassou os 4.500 pontos na sexta-feira, registrando sua terceira semana consecutiva de ganhos - a sequência mais longa desde julho.

No Brasil, apesar do feriado em São Paulo e em outras partes do país, haverá negociação na B3.

Investidores também estarão atentos ao resultado das eleições na Argentina neste domingo (19).

PUBLICIDADE

As ações tiveram uma rápida reviravolta de níveis “sobrevendidos” para “sobrecomprados” - gerando calls para uma pausa. Após um “rally épico de risco”, investidores devem se desfazer desses ativos, pois ventos contrários técnicos e macroeconômicos estão se formando, de acordo com Michael Hartnett, estrategista-chefe de investimentos do Bank of America (BAC).

Os investidores estarão de olho no início das negociações de futuros de ações dos EUA para avaliar qualquer repercussão da surpreendente demissão de Sam Altman como CEO da OpenAI. Um grupo de executivos e investidores da empresa articulam para tê-lo reinstalado ao cargo, mas o plano chegou a um impasse sobre a composição e o papel do conselho, segundo pessoas familiarizadas com as negociações.

Sinais também apontam para uma redução da escalada das tensões no Oriente Médio. Um acordo com o Hamas para liberar reféns capturados durante o ataque a Israel em 7 de outubro pode estar próximo e exigiria uma pausa de vários dias nos combates em Gaza, disse o vice-conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jon Finer, no domingo.

A semana passada foi a pior para o dólar em quatro meses, com apostas de que a moeda já atingiu o pico e dados econômicos mais fracos do que o esperado reforçando as apostas de que o Fed encerrou os aumentos de taxa. O petróleo se recuperou depois de entrar brevemente em um mercado baixista, mas registrou sua quarta queda semanal consecutiva devido a pressões de oferta.

Indicadores de retornos de títulos dos EUA e globais zeraram as perdas do ano. Ainda assim, Sonal Desai, da Franklin Templeton, disse que o rali da semana passada foi longe demais e rápido demais.

“Os mercados estão precificados para além do pouso perfeito”, disse ela à Bloomberg Television. “Ainda existem riscos de inflação e não há dados suficientes para sustentar os cortes de taxa precificados para o próximo ano.”

Os traders na Ásia terão a oportunidade de digerir as últimas declarações do Fed nesta segunda. O vice-presidente do Fed para Supervisão, Michael Barr, reiterou que os oficiais provavelmente estão no fim ou perto do fim de sua campanha de aperto. Mas a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disse que os formuladores de políticas não têm certeza se a inflação está em um caminho para atingir a meta de 2%.

PUBLICIDADE

“O risco imediato é que o mercado tenha se adiantado”, disse Marc Chandler, estrategista-chefe de mercado da Bannockburn Global Forex em Nova York. “Os oficiais do Fed e os banqueiros centrais podem se opor ao que pode ser visto como um afrouxamento prematuro das condições financeiras.”

Nesta semana, os investidores também estarão de olho nos resultados da Nvidia (NVDA), bem como nas taxas de empréstimo prime da China e nos índices de inflação no Canadá e no Japão. As negociações provavelmente ficarão mais moderadas no final da semana com o feriado de Ação de Graças nos EUA na quinta-feira (23).

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

Eleição na Argentina: o que esperar para os mercados com o novo presidente