Trump diz que avalia colocar Washington, DC sob controle federal e cita Nova York

Presidente disse que eventual medida seria para ajudar a combater a criminalidade, em uma medida que representaria reviravolta após meio século de governo local da capital; em NY, Trump voltou a criticar chance de vitória do democrata Zohran Mamdani

Vista do Capitólio, a sede do Congresso dos EUA, em Washington, DC: meio século de administração local da capital (Foto: Ting Shen/Bloomberg)
Por Josh Wingrove - Laura Nahmias
09 de Julho, 2025 | 01:02 PM

Bloomberg — O presidente Donald Trump disse que seu governo avalia a possibilidade de assumir o controle da cidade de Washington, DC, para ajudar a combater a criminalidade, em uma medida que representaria uma reviravolta dramática no meio século de governo local da capital dos Estados Unidos.

“Poderíamos administrar DC. Quero dizer, estamos olhando para DC”, disse Trump durante uma reunião de gabinete na terça-feira (8), em que ele falou longamente diante das câmeras.

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“Estamos pensando em fazer isso, para ser honesto com vocês. Queremos uma capital que seja administrada de forma impecável.”

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Trump disse que sua chefe de gabinete, Susie Wiles, está em contato com a prefeita de Washington, Muriel Bowser. Ele não especificou o que quis dizer com a possibilidade de a Casa Branca administrar a cidade.

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Bowser, uma democrata, tem buscado cultivar um relacionamento mais próximo com Trump durante seu segundo mandato: visitou a Casa Branca para divulgar os esforços legislativos para garantir que a franquia da NFL - o Washington Commanders - na cidade possa construir um novo estádio perto do rio Anacostia e para remover a praça Black Lives Matter que fica perto da Casa Branca.

Ainda assim, Trump ocasionalmente critica a cidade por causa de sua taxa de criminalidade e de acampamentos de sem-teto.

“Temos um bom relacionamento com a prefeita e estamos testando para ver se funciona”, disse Trump.

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A legislação aprovada em 1973 concedeu aos residentes de DC o direito de eleger seu próprio governo local, embora o Congresso ainda possa revisar as leis locais e o orçamento da cidade. Os moradores da cidade não têm representantes com direito a voto no Congresso.

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Trump fez o comentário depois de advertir contra a perspectiva de Zohran Mamdani vencer a disputa pela prefeitura de Nova York.

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Trump disse que os nova-iorquinos não deveriam votar em Mamdani na eleição em novembro, chamando-o de “comunista”, e chegou ao ponto de sugerir vagamente o interesse em exercer alguma influência federal na cidade.

“Se um comunista for eleito para governar Nova York, ela nunca mais será a mesma, mas temos um poder enorme na Casa Branca para governar lugares quando necessário”, disse ele, antes de voltar a falar sobre Washington.

Mais tarde, ele acrescentou: “A cidade de Nova York será administrada adequadamente. Vamos trazer Nova York de volta”. Ele não entrou em detalhes.

Mamdani, que se autodenomina socialista democrático, rebateu o presidente.

“Donald Trump optou mais uma vez por tratar a democracia como uma sugestão e insultar os mais de meio milhão de nova-iorquinos que votaram na liderança de Zohran Mamdani e em uma cidade que eles podem pagar”, disse um porta-voz da campanha em um comunicado.

“Zohran Mamdani venceu com um mandato, recebendo o maior número de votos nas primárias na história da cidade de Nova York e, como prefeito, ele não permitirá que Donald Trump destrua esta cidade.”

Mamdani venceu a eleição primária democrata realizada no mês passado. Ele enfrentará o atual prefeito Eric Adams, que concorre como candidato independente, o republicano Curtis Sliwa, o ex-governador de Nova York Andrew Cuomo e outro independente, Jim Walden.

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