Bloomberg — O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva para renomear o Departamento de Defesa como Departamento de Guerra, chamando a medida de um retorno a uma época anterior ao que ele chamou de “cultura woke” nos Estados Unidos.
A mudança faz parte da estratégia de Trump de projetar uma postura mais agressiva para o Pentágono, enfatizando a “letalidade” e o foco no “combatente”.
O presidente afirmou que pedirá ao Congresso para tornar a mudança oficial, mas que pretende implementá-la imediatamente.
“Acho que é um nome muito mais adequado, especialmente considerando a situação do mundo hoje”, disse Trump. “Vencemos a Primeira Guerra Mundial. Vencemos a Segunda Guerra Mundial. Vencemos tudo antes disso e entre guerras. E então decidimos entrar na onda woke e mudamos o nome para Departamento de Defesa.”
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De acordo com a ordem executiva, “Departamento da Guerra” será um título secundário para o Departamento de Defesa. Pete Hegseth, que comanda o departamento, será chamado de secretário de Guerra e as placas no Pentágono serão substituídas, informou a Fox News.
A ordem executiva também instrui Hegseth a buscar aprovação legislativa para a mudança formal do nome, o que reverteria a alteração feita em 1949.
Minutos depois da assinatura de Trump, o site defense.gov redirecionou automaticamente para war.gov.
“Um aceno à nossa herança, essa mudança é essencial porque reflete a missão central do Departamento: vencer guerras”, afirmou o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, em um e-mail que ele classificou como “declaração do Departamento de Guerra”.
Trump tem se apoiado nas Forças Armadas para sustentar suas prioridades políticas, como o reforço da imigração e a segurança das fronteiras, e já mobilizou a Guarda Nacional para apoiar sua ação de policiamento em Washington.
Ele também indicou a intenção de ampliar o uso militar em outras cidades governadas por democratas, como Chicago e Nova York.
“Máxima letalidade, não legalidade morna; efeito violento, não politicamente correto. Vamos formar guerreiros, não apenas defensores”, disse Hegseth no Salão Oval.
O Congresso precisa aprovar uma legislação para tornar a renomeação oficial. Dois republicanos da Flórida, o deputado Greg Steube e o senador Rick Scott, apresentaram propostas nesse sentido, que podem ser incluídas no projeto anual de autorização de defesa — uma prioridade que precisa ser aprovada até o fim do ano.
O senador Mike Lee, de Utah, é coautor do projeto no Senado.
Trump desviou-se de perguntas sobre os custos da mudança, afirmando que “não precisamos esculpir uma montanha ou nada do tipo”.
Ele disse que o governo sabe “como reposicionar a marca sem exageros”. Parnell acrescentou que a estimativa de custos pode variar, e o valor final ficará mais claro com o tempo.
Alterar o nome de um departamento com presença global pode afetar edifícios, equipamentos, documentos, sites e outros sistemas.
A mudança ordenada por Trump seria um retorno à prática anterior. A Lei de Segurança Nacional de 1947 uniu o Departamento de Guerra, criado em 1789, com o Departamento da Marinha e a Força Aérea, formando a Estrutura Militar Nacional, liderado pelo secretário de defesa. A nova entidade recebeu o nome de Departamento de Defesa em uma emenda à lei, aprovada em 1949.
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