Trump assina ordem para renomear Departamento de Defesa como Departamento de Guerra

Mudança, que precisa ser aprovada pelo Congresso para se tornar definitiva, marca um retorno do nome que não era usado desde 1949; Trump busca projetar uma postura mais agressiva para o Pentágono

'Acho que é um nome muito mais adequado, especialmente considerando a situação do mundo hoje', disse o presidente americano. (Foto: Chris Kleponis/CNP/Bloomberg)
Por Courtney McBride - Lauren Dezenski
05 de Setembro, 2025 | 06:10 PM

Bloomberg — O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva para renomear o Departamento de Defesa como Departamento de Guerra, chamando a medida de um retorno a uma época anterior ao que ele chamou de “cultura woke” nos Estados Unidos.

A mudança faz parte da estratégia de Trump de projetar uma postura mais agressiva para o Pentágono, enfatizando a “letalidade” e o foco no “combatente”.

PUBLICIDADE

O presidente afirmou que pedirá ao Congresso para tornar a mudança oficial, mas que pretende implementá-la imediatamente.

“Acho que é um nome muito mais adequado, especialmente considerando a situação do mundo hoje”, disse Trump. “Vencemos a Primeira Guerra Mundial. Vencemos a Segunda Guerra Mundial. Vencemos tudo antes disso e entre guerras. E então decidimos entrar na onda woke e mudamos o nome para Departamento de Defesa.”

Leia também: Efeito Trump: Xi e Modi buscam reconstruir laços diante de tarifas dos EUA

PUBLICIDADE

De acordo com a ordem executiva, “Departamento da Guerra” será um título secundário para o Departamento de Defesa. Pete Hegseth, que comanda o departamento, será chamado de secretário de Guerra e as placas no Pentágono serão substituídas, informou a Fox News.

A ordem executiva também instrui Hegseth a buscar aprovação legislativa para a mudança formal do nome, o que reverteria a alteração feita em 1949.

Minutos depois da assinatura de Trump, o site defense.gov redirecionou automaticamente para war.gov.

PUBLICIDADE

“Um aceno à nossa herança, essa mudança é essencial porque reflete a missão central do Departamento: vencer guerras”, afirmou o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, em um e-mail que ele classificou como “declaração do Departamento de Guerra”.

Trump tem se apoiado nas Forças Armadas para sustentar suas prioridades políticas, como o reforço da imigração e a segurança das fronteiras, e já mobilizou a Guarda Nacional para apoiar sua ação de policiamento em Washington.

Ele também indicou a intenção de ampliar o uso militar em outras cidades governadas por democratas, como Chicago e Nova York.

PUBLICIDADE

“Máxima letalidade, não legalidade morna; efeito violento, não politicamente correto. Vamos formar guerreiros, não apenas defensores”, disse Hegseth no Salão Oval.

O Congresso precisa aprovar uma legislação para tornar a renomeação oficial. Dois republicanos da Flórida, o deputado Greg Steube e o senador Rick Scott, apresentaram propostas nesse sentido, que podem ser incluídas no projeto anual de autorização de defesa — uma prioridade que precisa ser aprovada até o fim do ano.

O senador Mike Lee, de Utah, é coautor do projeto no Senado.

Trump desviou-se de perguntas sobre os custos da mudança, afirmando que “não precisamos esculpir uma montanha ou nada do tipo”.

Ele disse que o governo sabe “como reposicionar a marca sem exageros”. Parnell acrescentou que a estimativa de custos pode variar, e o valor final ficará mais claro com o tempo.

Alterar o nome de um departamento com presença global pode afetar edifícios, equipamentos, documentos, sites e outros sistemas.

A mudança ordenada por Trump seria um retorno à prática anterior. A Lei de Segurança Nacional de 1947 uniu o Departamento de Guerra, criado em 1789, com o Departamento da Marinha e a Força Aérea, formando a Estrutura Militar Nacional, liderado pelo secretário de defesa. A nova entidade recebeu o nome de Departamento de Defesa em uma emenda à lei, aprovada em 1949.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Envio de forças navais dos EUA para o Caribe gera apreensão sobre a Venezuela

Medidas mais preocupantes do governo Trump são aquelas que estão dentro da lei

Em linha com Trump, México estuda aplicar tarifas sobre a China e outros países