Senado dos EUA aprova projeto para acabar com tarifas de Trump sobre o Brasil

Aprovação contou com o voto de cinco republicanos para se juntar a todos os democratas, mas para se tornar lei depende de aval da Câmara e de sanção do presidente, que nesta semana disse que esperar fechar um acordo com o país em breve

WASHINGTON, DC - FEBRUARY 10: The U.S. Capitol dome is seen from North Capitol Street at sunrise on February 10, 2021 in Washington, DC. House managers and the defense will make opening arguments today as the Senate impeachment trial of former president Donald J. Trump continues. (Photo by Sarah Silbiger/Getty Images)
Por Alicia Diaz
29 de Outubro, 2025 | 05:39 AM

Bloomberg — Cinco senadores republicanos se uniram aos democratas para aprovar uma legislação que visa cancelar as tarifas de Donald Trump sobre o Brasil, três dias após a primeira reunião entre o líder americano e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e declarações de que um acordo entre os países era provável.

O placar de 52 votos a favor do fim das tarifas versus 48 contrários na noite de terça-feira (28) não levará a um fim rápido das mesmas, uma vez que a medida ainda precisa ser aprovada pela Câmara - que até agora se recusou a adotar uma legislação semelhante -, e o presidente quase certamente a vetaria.

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Para analistas do governo americano, a votação expõe o que classificam como “fraturas” na unidade do Partido Republicano e uma espécie de repreensão pública, sinalizando a resistência de alguns grupos contra o amplo uso dos poderes tarifários do presidente.

Cinco republicanos se juntaram a todos os democratas em apoio à medida: Thom Tillis, Rand Paul, Lisa Murkowski, Mitch McConnell e Susan Collins.

As sanções comerciais contra o Brasil são incomuns, uma vez que os EUA têm um superávit comercial com o país sul-americano e Trump tem promovido amplamente suas tarifas como uma forma de reduzir os déficits comerciais dos EUA.

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Críticos acusaram Trump de usar as tarifas como forma de atingir seus oponentes políticos, devido aos seus ataques iniciais ao presidente do Brasil, antes dos recentes movimentos de reaproximação, com elogios a Lula.

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Trump inicialmente acusou o governo brasileiro de perseguir injustamente o ex-presidente do país, Jair Bolsonaro, aliado ferrenho de Trump, que foi condenado por participar de uma tentativa de golpe após sua derrota eleitoral em 2022.

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O conflito comercial pode estar em vias de resolvido sem a legislação.

Lula disse neste começo de semana que está otimista de que uma solução seria alcançada para resolver o relacionamento tenso. Uma reunião com Trump à margem da cúpula da APEC na Malásia, no domingo (26), foi “surpreendentemente boa”, disse o líder brasileiro.

A votação no Senado foi a primeira sobre as tarifas brasileiras.

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O Senado aprovou por pouca margem uma legislação para acabar com as tarifas de Trump sobre o Canadá no início deste ano, embora uma resolução separada para acabar com as tarifas globais abrangentes tenha fracassado.

A Câmara ainda não votou em nenhuma dessas resoluções comerciais.

Os senadores também planejam votar novamente nesta semana medidas para acabar com os poderes emergenciais que Trump usou para impor tarifas ao Canadá e à maioria dos outros países do mundo.

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