Bloomberg — A Gazprom da Rússia informou que assinou um acordo juridicamente vinculativo para construir o gasoduto Power of Siberia 2 para a China via Mongólia e que expandirá as entregas por outras rotas.
Em comentários feitos às agências de notícias russas a partir de Pequim, o CEO Alexey Miller disse que a produtora de gás poderia enviar até 50 bilhões de metros cúbicos por ano por meio do Power of Siberia 2 por 30 anos.
Miller disse que o preço do combustível será menor do que o que a Gazprom cobra atualmente dos clientes na Europa, de acordo com os relatórios.
Leia também: Paraguai busca apoio do Brasil e da Argentina para projeto de novo gasoduto
Pequim ainda não confirmou os detalhes do pronunciamento de Miller.
A agência estatal chinesa Xinhua News Agency, que informou sobre as reuniões bilaterais, não mencionou especificamente o oleoduto, embora tenha informado que os dois países assinaram mais de 20 acordos de cooperação, inclusive na área de energia.
As discussões sobre o megaprojeto estão paradas há anos.
Embora a Rússia esteja ansiosa para avançar com o projeto a fim de compensar a redução das entregas para nações europeias após a invasão na Ucrânia - e a União Europeia esteja agora considerando uma proibição total até o final de 2027 -, a China tem sido muito mais cautelosa.
O crescimento da demanda de gás tem diminuído e Pequim desconfia da dependência excessiva de um único fornecedor.
Leia também: Novo gasoduto no México expõe dilema de redução da pobreza sem ampliar emissões
Garantir qualquer avanço no projeto seria um golpe diplomático desferido pelo presidente Vladimir Putin e um poderoso sinal dos fortes laços que se desenvolveram com a China desde 2022, enquanto a Rússia luta contra o impacto das sanções ocidentais.
A reunião dos últimos dias do bloco de segurança da Organização de Cooperação de Xangai ocorre em um momento em que o governo Trump está intensificando sua retórica e aplicando tarifas punitivas a nações de todo o mundo.
No entanto os comentários de Miller às agências de notícias russas deixam várias perguntas sem resposta.
Além das negociações de preço inacabadas, não está claro se a China pode comprar volumes flexíveis do oleoduto ou se terá que comprar sua capacidade total.
Além disso, não foi informado um cronograma para a construção ou para o início das entregas. Os detalhes financeiros também ainda não foram divulgados.
“O projeto para construir o Power of Siberia 2 e o gasoduto Soyuz-Vostok, a ligação de trânsito através da Mongólia, bem como a capacidade de transporte de gás na China, vai se tornar o maior projeto de gás do mundo, o mais massivo e de capital intensivo”, disse Miller, segundo as agências de notícias russas.
A Gazprom também concordou em aumentar os fluxos para a China através da rota existente Power of Siberia em mais 6 bilhões de metros cúbicos por ano, de acordo com os relatórios.
Sua capacidade anual atual é de 38 bilhões de metros cúbicos.
Os fluxos através da futura ligação do Extremo Oriente com a China, prevista para começar em 2027, também ficarão acima dos 10 bilhões de metros cúbicos por ano inicialmente planejados, de acordo com os relatórios.
-- Com a colaboração de Dan Murtaugh.
Veja mais em bloomberg.com
©2025 Bloomberg L.P.