Portugal aumenta para até 10 anos o prazo para estrangeiro obter cidadania

Governo português aprovou uma série de medidas para endurecer as regras de imigração, que agora serão votadas no parlamento; para brasileiros, prazo passará de cinco para sete anos

Lisboa
Por Henrique Almeida
23 de Junho, 2025 | 04:21 PM

Bloomberg — O governo de Portugal aprovou uma série de medidas para endurecer as regras de imigração, incluindo a extensão do período necessário para um estrangeiro obter cidadania para até 10 anos, que antes era de cinco anos.

Indivíduos do Brasil, de Angola e outras nações que pertencem à chamada Comunidade dos Países de Língua Portuguesa terão que esperar sete anos para obter cidadania, enquanto outros estrangeiros precisarão esperar dez anos, disse o ministro da presidência Antonio Leitão Amaro após uma reunião do gabinete na segunda-feira (23).

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Compreender a língua e cultura portuguesa também será necessário para obter um passaporte, disse ele.

“Estas são mudanças essenciais para os tempos em que vivemos”, disse Amaro após a reunião do gabinete na segunda-feira. As medidas serão votadas no parlamento nos próximos dias, disse ele.

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As mudanças ocorrem depois que Portugal experimentou um aumento acentuado na imigração.

A população estrangeira do país agora está em um recorde de 1,6 milhão de residentes, ou cerca de 15% dos habitantes, quase triplicando desde 2019, de acordo com a Agência para Integração, Migrações e Asilo de Portugal.

As novas regras também podem ter impacto no programa de golden visa de Portugal, que oferece a não-europeus uma via rápida para residência por meio de opções incluindo um investimento mínimo de € 500.000 em fundos elegíveis.

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Hoje, muitos desses investidores podem solicitar cidadania cinco anos após se inscreverem no programa de golden visa.

O governo aprovou outros planos previamente anunciados para criar uma polícia de fronteira e revogar a cidadania de imigrantes naturalizados que forem condenados por crimes graves, disse o ministro.

O país também encerrará um programa que concedia nacionalidade a descendentes de judeus sefarditas de origem portuguesa.

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