Petróleo: Arábia Saudita estende até setembro corte de 1 milhão de barris por dia

Commodity avança nesta quinta-feira (3), após líder da Opep decidir manter até setembro a produção no nível mais baixo em vários anos

Corte saudita manterá a produção em cerca de 9 milhões de barris por dia
Por Grant Smith
03 de Agosto, 2023 | 11:41 AM

Bloomberg — A Arábia Saudita estendeu o corte unilateral na produção de petróleo por mais um mês e afirmou que ele pode ser prolongado ainda mais ou até mesmo aprofundado.

O país líder da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) irá estender a redução de 1 milhão de barris por dia – iniciada no mês passado – até setembro, de acordo com um comunicado da agência estatal de notícias Saudi Press Agency.

Isso manterá a produção em cerca de 9 milhões de barris por dia, o nível mais baixo em vários anos. Os futuros de petróleo bruto dispararam com a notícia.

Essa medida, que se soma aos cortes de produção que Riad já estava fazendo com outros membros do grupo de produtores da Opep+ visa “reforçar os esforços de precaução feitos, com o objetivo de apoiar a estabilidade e o equilíbrio dos mercados de petróleo”.

PUBLICIDADE

Os preços da commodity têm se recuperado recentemente, chegando ao maior patamar em três meses, acima de US$ 85 por barril no início desta semana, à medida que a recuperação pós-pandemia na demanda por combustíveis, combinada com a redução da produção pelos países da Opep+, começa a apertar os mercados globais de petróleo.

Mas, com as perspectivas econômicas ainda incertas devido a dados fracos da China e receios de recessão nos Estados Unidos, Riad não dá sinais de relaxar seu controle.

Além disso, o reino pode precisar de preços de até US$ 100 por barril para cobrir os gastos do governo, de acordo com a Bloomberg Economics. Os futuros do petróleo Brent subiram até 1,7% após o anúncio saudita nesta quinta-feira (3).

PUBLICIDADE

A decisão de prorrogar a medida já era esperada por traders e analistas consultados pela Bloomberg desde a semana passada. A abordagem rígida do reino tem sido criticada por grandes nações importadoras, que temem que os crescentes custos de combustíveis possam provocar mais uma alta inflacionária nos consumidores e atrapalhar os bancos centrais em seus esforços para reduzir os aumentos das taxas de juros.

Os sauditas introduziram o corte adicional de 1 milhão de barris mais cedo neste verão como uma medida unilateral, uma vez que a maioria dos outros membros da Opep já estava produzindo abaixo de suas metas designadas.

Desde então, a Rússia, um membro da ampla aliança Opep+, também se juntou ao corte, aparentemente cumprindo promessas de reduzir os embarques.

Moscou manteve as exportações por muitos meses para maximizar a receita em sua guerra contra a Ucrânia, mas dados de rastreamento de navios mostram que os fluxos estão começando a diminuir.

Defender o mercado teve um custo para os sauditas. O reino sofreu a maior redução nas projeções de crescimento econômico pelo Fundo Monetário Internacional, que estima que o país crescerá apenas 1,9% este ano, uma fração do desempenho em 2022.

Os sauditas e a Rússia irão liderar uma revisão online das condições do mercado pelos principais países da Opep+ na sexta-feira (4). A aliança completa de 23 nações da Opep+ está programada para se reunir no final de novembro.

Veja mais em bloomberg.com

PUBLICIDADE

Leia também:

Exxon considera deixar projeto de gás de xisto de Vaca Muerta, na Argentina

O que esperar para a Selic após o corte do BC? As visões de 7 especialistas