País por país: a inflação acumulada na América Latina de janeiro a julho de 2025

A Venezuela é o país com a inflação mais alta do mundo, embora os dados sejam cada vez mais opacos. Argentina e Bolívia completam o pódio latino-americano

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Bloomberg Línea — O país que lidera o pódio da inflação na América Latina - e no planeta - é a Venezuela, embora os dados estejam cada vez mais opacos: o banco central do país não publica dados desde maio, e a entidade privada que costumava realizar as pesquisas mais acompanhadas pelo mercado, o Observatório Venezuelano de Finanças (OVF), está com seu site fechado há dois meses.

Antes do apagão estatístico gerado pelo regime de Nicolás Maduro, o OVF havia estimado que, entre janeiro e maio, a Venezuela acumulou uma taxa de inflação de 105,5%.

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Excluindo a Venezuela, a Argentina e a Bolívia lideram a lista de inflação em 2025, embora os dados de ambos os países sigam em direções opostas:

  • Na Argentina os preços subiram 17,3% entre janeiro e julho, o que representa uma melhora significativa, já que no mesmo período, em 2024, a inflação foi de 87%.
  • Em contrapartida, a Bolívia acumulou uma inflação de 16,92% nos primeiros sete meses do ano. Embora esse número seja apenas ligeiramente inferior ao da Argentina, o fato preocupante é que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) boliviano antes era de 2,98%. Como referência, nos anos seguintes à pandemia, a Bolívia foi um dos países com a inflação mais baixa do mundo.

Ao mesmo tempo, na América Latina também há países que acumulam uma variação negativa de preços até o momento em 2025, como a Costa Rica (-1,34%) e o Panamá (-0,4%).

Com relação às principais economias da região, o Brasil acumulou inflação de 3,26% até julho, enquanto no México os preços subiram 2,05% no ano.

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Enquanto isso, a Colômbia aparece nas primeiras posições, com aumentos de 4,9% em sete meses, enquanto o Chile está logo abaixo do Brasil, com um aumento de 2,8%. O Peru aparece no fim da lista, com um aumento de preços de 1,53% no ano.

Inflação acumulada até julho

A inflação acumulada para os países da América Latina entre janeiro e julho é a seguinte:

  • Argentina: 17,3%
  • Bolívia: 16,92 %
  • Colômbia: 4,9%
  • Honduras: 3,37%
  • Paraguai: 3,30%
  • Brasil: 3,26%
  • Chile: 2,80
  • Uruguai: 2,79%
  • México: 2,05%
  • Equador: 1,83%
  • República Dominicana: 1,71%
  • Peru: 1,53%
  • Guatemala: 1,29%
  • El Salvador: 1,22%
  • Nicarágua: 0,83%
  • Panamá: -0,40%
  • Costa Rica: -1,34%

Inflação anual

Em termos de inflação ano a ano, ou seja, comparando julho de 2025 com julho de 2024, observam-se os seguintes valores:

  • Argentina: 36,6%
  • Bolívia: 24,86%
  • Brasil: 5,23%
  • Uruguai: 4,53%
  • Honduras: 4,41%
  • Chile: 4,30
  • Paraguai: 4,30%
  • Colômbia: 4,02%
  • México: 3,51%
  • República Dominicana: 3,40%
  • Peru: 1,69%
  • Guatemala: 1,17%
  • Equador: 0,72%
  • Nicarágua: 0,64%
  • Costa Rica: -0,61%
  • El Salvador: −0,14%
  • Panamá: -0,40%