Bloomberg — Foram necessários apenas sete minutos para que ladrões armados com esmerilhadeiras, um tipo de minisserra elétrica usada para cortar e polir materiais, entrassem e saíssem do Museu do Louvre, em Paris, com um acervo milionário de colares, tiaras e brincos de monarquias europeias do passado.
Em seu caminho, eles deixaram intocado o diamante Régent, de 140 quilates, derrubaram uma coroa com mais de mil diamantes e fugiram, abandonando um colete amarelo com traços de DNA — o que dá esperança a políticos e policiais constrangidos de que a grande falha de segurança não resulte em uma perda permanente para o país.
O Ministro do Interior, Laurent Nunez, disse estar “esperançoso de que encontraremos rapidamente os criminosos e, acima de tudo, os itens roubados”.
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Por volta das 9h30 de domingo (19), dois criminosos estacionaram um elevador de móveis e o colocaram em movimento, de acordo com a promotora de Paris Laure Beccuau.
Os dois, com a ajuda de dois cúmplices, subiram em uma janela do primeiro andar e invadiram a Apollon Gallery às 9h34, ameaçaram os guardas e abriram caminho até duas vitrines.
A carga incluía uma tiara, um colar de safira e brincos iguais da coleção das rainhas Marie-Amélie e Hortense; um colar de esmeraldas e brincos pertencentes a Marie-Louise; um broche de relicário; e uma tiara e um grande laço de corsage da Imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III.
De volta às ruas, a quadrilha fugiu em scooters TMax, da Yamaha, cujos modelos usados podem ser comprados na França por 5.000 euros.
“Falhamos”, disse o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, na rádio France Inter, ao reconhecer que o roubo dá “uma imagem deplorável da França”.
Benjamin Camboulives, porta-voz do sindicato Alternative Police, disse que a segurança do Louvre deve contar com vigilância por vídeo e patrulhas do lado de fora do museu - no entanto, ninguém notou a chegada de um elevador de móveis em um domingo, quando não havia trabalho programado.
Ainda assim, Camboulives também vê esperança no amadorismo dos ladrões, principalmente no fato de terem deixado cair a coroa da Imperatriz Eugênia - cravejada com 1.354 diamantes e 56 esmeraldas - durante a fuga.
A Brigade de Répression du Banditisme, uma unidade especial da polícia, analisa as imagens da CCTV e outras pistas, incluindo o colete, um cobertor com traços de DNA e o elevador de móveis que a quadrilha tentou - e não conseguiu - queimar.
Dentro do museu, o protocolo de segurança parece ter sido seguido.
O Ministério da Cultura disse que os alarmes conectados à polícia foram acionados quando a janela e as vitrines foram quebradas, e os cinco funcionários de plantão se concentraram em levar os visitantes para um local seguro.
Esse procedimento é o adorato de acordo com Marc Hocquard, pelo sindicato da polícia da UNSA, que disse que os agentes de segurança privada não devem se colocar em perigo para evitar um assalto.
Embora esses membros da equipe provavelmente estejam entre os primeiros a serem entrevistados pelos policiais do BRB, Beccuau deu algumas informações sobre as pistas que as autoridades estão seguindo.
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“Ou se trata de uma encomenda de um colecionador e, nesse caso, se identificarmos esse colecionador e patrocinador, encontraremos as joias em boas condições”, disse ela em uma entrevista de domingo à BFM TV.
“Ou, como já vimos em várias ocasiões, é uma atribuição de pessoas que só identificaram as joias por causa das pedras, pérolas e metais raros de que são feitas.”
O presidente Emmanuel Macron disse que espera que seja o primeiro caso e que “recuperaremos as obras de arte e os perpetradores serão levados à justiça”, disse ele em um post no X.
Enquanto isso, como a investigação continua, o Louvre permaneceu fechado nesta segunda-feira (20).
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