Bloomberg — O presidente Javier Milei anunciou a redução das tarifas sobre as exportações argentinas de carne e produtos agrícolas, incluindo soja, para apaziguar os agricultores do país, que consideram que o líder libertário está aquém de suas promessas de livre comércio.
As influentes associações de agricultores argentinos têm buscado alívio para as taxas, que atrasaram o desenvolvimento rural na Argentina e ajudaram a tornar o Brasil a indiscutível potência agrícola da região.
As tarifas sobre o farelo e o óleo de soja - a Argentina é o maior exportador de ambos - cairão de 31% para 24,5%. Para a soja, a taxa cai de 33% para 26%, e para o milho, de 12% para 9,5%. Vários cortes de carne bovina agora serão taxados em 5%, em vez de 6,75%.
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As tarifas de exportação da Argentina são “um grande flagelo que nunca deveria ter existido”, disse Milei em uma exposição anual de gado em Buenos Aires. “Essas reduções são permanentes e não serão revertidas enquanto eu estiver no poder. A extinção das tarifas de exportação é uma obsessão de nossa administração.”
As tarifas mais baixas tornarão a Argentina mais competitiva à medida que o comércio global for redesenhado pelas tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.
Embora Milei diga que se opõe ideologicamente às taxas, ele ainda precisa dos bilhões de dólares em receita anual provenientes das cargas de safras e carnes, especialmente soja, para atingir sua prioridade de registrar superávits orçamentários.
Mesmo que ele tenha reduzido a intervenção do governo na agricultura, as tarifas de exportação continuam sendo o elefante na sala. Os cortes anunciados no sábado ajudarão os produtores, que apoiaram fortemente Milei, mas estão lutando para obter lucro em meio aos baixos preços globais das safras.
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Nicolás Pino, diretor da Sociedade Rural Argentina, pediu a Milei que continue reduzindo a carga tributária sobre os agricultores.
“Isso inclui, acima de tudo, acabar com as tarifas de exportação”, disse ele, discursando no evento pouco antes de Milei. “Elas são piores do que a peste, as enchentes ou a seca.”
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