Bloomberg — A Itália aprovou a construção de uma ponte de € 13,5 bilhões (US$ 15,7 bilhões) para ligar a ilha da Sicília ao continente, dando sinal verde ao projeto, há muito tempo adiado, depois que o governo de Giorgia Meloni reformulou o plano como uma prioridade de segurança nacional.
A ponte suspensa que pode se tornar a mais longa do mundo será “um acelerador para o desenvolvimento”, disse o ministro dos Transportes, Matteo Salvini, a repórteres nesta quarta-feira (6), depois que o comitê responsável por obras públicas de grande escala deu sua aprovação.
A ideia de conectar o sul da Itália com uma travessia sobre o Estreito de Messina é discutida em Roma há mais de 50 anos.
Ela finalmente avançou como parte de um esforço para investir mais em segurança nacional - Salvini e outras autoridades italianas disseram que querem que o projeto faça parte de um aumento dos gastos com defesa da Otan.
“É evidente que haveria um uso duplo, se necessário”, disse Salvini em Roma. “Pode haver esse uso [militar] se necessário, Deus nos livre.”
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O governo da primeiro-ministra Meloni disse que os gastos com a ponte farão parte de seu compromisso de aumentar as despesas gerais com defesa para 5% do PIB como parte de sua adesão à Otan. Os gastos atuais da Itália com defesa estão abaixo de 2%.
Embora 3,5% do PIB devam ser usados em áreas essenciais, como tropas e armas, o restante pode ser direcionado para investimentos mais amplos em segurança.
O projeto, programado atualmente para ser concluído entre 2032 e 2033, foi originalmente visto como uma forma de impulsionar o crescimento econômico, ajudando a conectar as regiões mais pobres do sul da Itália.
A Eurolink, uma empreiteira liderada pela Webuild, assinou um contrato para a obra da ponte no valor de € 10,6 bilhões na quarta-feira.
A ponte criará ligações rodoviárias e ferroviárias para a ilha e terá uma extensão de mais de 3.600 metros.
Os trabalhos de preparação do projeto foram interrompidos durante a crise da dívida europeia no início da década de 2010 e retomados depois que Meloni se tornou primeira-ministra há três anos.
A Itália convocou pela primeira vez um concurso de design para construir uma ponte em 1969, mas a ideia remonta aos tempos antigos.
Os membros da Otan se comprometeram a aumentar os gastos com defesa para a meta de 5% no início deste ano, em uma tentativa de manter os EUA comprometidos com a aliança.
Até 1,5% do PIB pode ser usado para projetos de infraestrutura que ajudam a apoiar a logística militar.
O governo italiano argumentou que a ponte ajudará a movimentar as tropas rapidamente. A Sicília abriga várias bases militares importantes, incluindo algumas usadas pela Otan.
Tentativas anteriores de finalizar o projeto e iniciar a construção foram prejudicadas por preocupações relacionadas a custos elevados, risco sísmico e envolvimento do crime organizado.
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