Em Paris, eleitores aprovam referendo para cobrar estacionamento mais caro para SUVs

Prefeita Anne Hidalgo quer “cidade de 15 minutos”, em que as pessoas consigam fazer a maioria das tarefas diárias a pé ou de bicicleta

Trânsito na avenida Champs Elysee perto do Arco do Triunfo, em Paris, na França
Por Albertina Torsoli - Alan Katz
05 de Fevereiro, 2024 | 02:06 PM

Bloomberg — Passear por Paris no conforto de um carro grande está prestes a ficar mais caro depois que os eleitores aprovaram um referendo no domingo (4), com taxas de estacionamento de rua que serão superiores a 100 euros (US$ 108) por apenas algumas horas.

Quase 55% dos que votaram aprovaram uma proposta para elevar o preço base para 18 euros por hora no centro da cidade, triplicando o custo para veículos menores.

O formato do referendo foi semelhante ao realizado no ano passado que proibiu os patinetes elétricos compartilhados. As autoridades da cidade continuaram com a remoção, mesmo que poucas pessoas tenham comparecido para votar.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, tornou a capital francesa uma líder em medidas de proteção climática urbana e antipoluição.

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Além de reduzir significativamente o espaço ocupado por carros - frequentemente frustrando motoristas - ela está determinada a tornar Paris uma “cidade de 15 minutos”, em que as pessoas consigam realizar a maioria de suas tarefas diárias a pé ou de bicicleta dentro desse tempo.

A medida de estacionamento se aplicaria a veículos com peso superior a 1,6 toneladas, ou 2 toneladas se forem elétricos.

Embora muitas vezes ridicularizados por seu tamanho e pelos níveis mais altos de poluição, os SUVs não perderam seu apelo, nem mesmo na França.

As vendas de SUVs aumentaram sete vezes na última década no país, representando cerca de 40% das vendas de carros novos, de acordo com um relatório da WWF France.

Em sua proposta, o escritório da prefeitura afirmou que os SUVs ocupam muito espaço nas ruas e calçadas de Paris e são mais perigosos para pedestres do que carros menores.

Ainda assim, o referendo vem sendo criticado por atingir injustamente as famílias que moram nos arredores da cidade e não podem contar com o transporte público.

Autoridades de outras cidades, como Lyon, na França, e Tübingen, na Alemanha, já começaram a incorporar o peso dos veículos nas tarifas de estacionamento.

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