‘Soft landing’ ameaçado? Economia dos EUA desacelera e inflação volta a subir

Números divulgados nesta quinta (25) representam perda significativa de impulso no início de 2024, depois que a economia encerrou um ano surpreendentemente forte

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Bloomberg — A economia dos Estados Unidos cresceu no último trimestre no ritmo mais lento em quase dois anos, à medida que os gastos dos consumidores e do governo diminuíram em meio a um forte aumento na inflação.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anualizada de 1,6%, abaixo de todas as previsões dos economistas, conforme mostrou a estimativa inicial do governo nesta quinta-feira (25). Um déficit comercial mais amplo subtraiu a maior parte do crescimento desde 2022.

O principal motor de crescimento da economia – os gastos pessoais – aumentou a um ritmo de 2,5%, também mais lento do que o previsto. Já uma medida amplamente observada da inflação subjacente avançou a uma taxa de 3,7%, acima do esperado.

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Esses números representam uma perda significativa de impulso no início de 2024, depois que a economia encerrou um ano surpreendentemente forte. Os títulos do Tesouro caíram e os índices de ações em Wall Street também recuaram, pois os traders se concentraram no dado de inflação.

O aumento da inflação no primeiro trimestre foi bastante amplo, incluindo um salto de 5,1% na inflação do setor de serviços, que exclui habitação e energia, quase o dobro do ritmo do trimestre anterior. Os dados de março sobre inflação, gastos do consumidor e renda estão previstos para serem divulgados na sexta-feira (26).

No início do ano, os funcionários do Federal Reserve haviam planejado três cortes nas taxas de juros para 2024 – e os investidores estavam prevendo até seis –, mas agora o consenso se concentrou em um ou dois, enquanto alguns consideram a ideia de nenhum corte.

Os membros do Fed se reúnem na próxima semana, quando se espera que mantenham as taxas em seu patamar mais alto em duas décadas, e os traders analisarão os comentários do presidente Jerome Powell em busca de pistas sobre o pensamento mais recente em torno da política de flexibilização monetária.

Ele já disse que o crescimento pode ocorrer a uma taxa mais rápida sem alimentar a inflação, graças a melhorias do lado da oferta, como a imigração, que está aumentando o tamanho da força de trabalho.

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