CPI: núcleo da inflação dos EUA sobe 0,3% em agosto, em linha com o esperado

Avanço em carros, roupas, eletrodomésticos e passagens aéreas mostra que pressões continuam, mas expectativa segue a de corte de juros pelo Fed em setembro

Resultado divulgado nesta quinta-feira veio dentro do esperado em agosto, o que contribui a manter o Federal Reserve no caminho para cortar os juros na próxima semana. (Foto: David Ryder/Getty Images)
Por Augusta Saraiva
11 de Setembro, 2025 | 09:59 AM

Bloomberg — O núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI), que exclui as categorias frequentemente voláteis de alimentos e energia, avançou 0,3% em relação a julho, segundo dados do Bureau of Labor Statistics divulgados nesta quinta-feira (11).

Ao incluir esses componentes, o CPI geral subiu 0,4%, o maior aumento desde o início do ano.

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O resultado veio dentro do esperado em agosto, o que contribui a manter o Federal Reserve no caminho para cortar os juros na próxima semana.

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Os preços de bens, que exclui alimentos e energia, aceleraram. Isso refletiu aumentos em carros novos e usados, vestuário e eletrodomésticos. Dentro do setor de serviços, as passagens aéreas tiveram o maior salto em mais de três anos.

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O relatório sugere que a inflação continua persistente. As tarifas globais do presidente Donald Trump tem impactado os preços de alguns bens, enquanto o ressurgimento dos custos de serviços pode representar uma pressão mais duradoura sobre a inflação geral.

Ainda assim, é amplamente esperado que os dirigentes do Fed reduzam os juros pela primeira vez neste ano em sua reunião da próxima semana, após uma série de dados fracos de emprego.

Mas uma inflação firme, se sustentada, pode complicar o caminho para novos cortes em reuniões subsequentes.

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Os futuros de ações mantiveram ganhos e os Treasuries avançaram. Os dirigentes de política monetária verão os dados mais recentes sobre confiança do consumidor e vendas no varejo antes da reunião de 16 e 17 de setembro.

Os traders esperam que o Fed também reduza os juros mais duas vezes neste ano após esse encontro.

Inflação de moradia

Um dos principais motores da inflação nos últimos anos tem sido o custo da habitação — a maior categoria dentro de serviços.

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Os preços de moradia subiram 0,4%, o maior avanço desde o início do ano, em reflexo às altas tanto nos aluguéis quanto no maior salto em diárias de hotéis desde novembro.

Outro indicador de serviços acompanhado de perto pelo Fed, que exclui custos de habitação e energia, recuou um pouco, ajudado por quedas em cuidados médicos, recreação e aluguel de carros.

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Embora os banqueiros centrais tenham ressaltado a importância de observar esse indicador ao avaliar a trajetória da inflação, ele é calculado com base em um índice separado.

Essa medida, conhecida como índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), não dá tanto peso à habitação quanto o CPI. O PCE é construído a partir do CPI, bem como de outro relatório sobre preços ao produtor, que mostrou resultados mistos nas categorias que alimentam o PCE.

-- Em atualização.

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