Carlos Ghosn e ministra da cultura da França serão julgados por suspeita de corrupção

Investigação analisa pagamentos feitos pela Renault-Nissan BV a Rachida Dati quando ela atuava como advogada e membro do Parlamento Europeu

Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan, em foto de 2020: desafios legais se acumulam. (Foto: Hasan Shaaban/Bloomberg)
Por Jenny Che - Gaspard Sebag
22 de Julho, 2025 | 01:31 PM

Bloomberg — Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan e da Renault de nacionalidade franco-brasileira que fugiu do Japão escondido em uma caixa, vai ser julgado ao lado da ministra da Cultura francesa, Rachida Dati, por suposta corrupção relacionada a honorários de consultoria recebidos por ela há mais de uma década.

A escalada do caso ocorre após uma longa investigação sobre pagamentos feitos a Dati quando ela atuava como advogada e membro do Parlamento Europeu.

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O caso deve se concentrar em saber se ela prestou algum serviço de consultoria genuíno em troca do dinheiro recebido da Renault-Nissan, a entidade com sede em Amsterdã criada para coordenar a aliança entre as montadoras.

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Representantes de Dati e Ghosn não responderam imediatamente aos pedidos de comentário sobre a ordem de julgamento, emitida na terça-feira (22) por juízes de instrução franceses, de acordo com um funcionário do Ministério da Justiça.

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Um tribunal de Paris deve definir a data do julgamento durante uma audiência no final de setembro.

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Dati continua sendo uma figura política proeminente na França, atuando como ministra no governo de François Bayrou e é candidata à prefeitura de Paris em 2026.

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Ghosn, cujos problemas legais se transferiram para a França após sua fuga extraordinária de Tóquio para o Líbano em 2019, enfrenta um escrutínio mais amplo.

Ele também é alvo de um mandado de prisão vinculado a uma investigação francesa separada que examina uma ampla gama de alegações, incluindo seus vínculos com um distribuidor de Omã e gastos em eventos e viagens que podem ter se desviado para o âmbito pessoal.

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